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Em áudio homofóbico, cidadão diz que processo seletivo da Seplag prioriza público LGBTQIA+

O áudio do cidadão revoltado sugere que apesar do currículo impecável e das experiências de trabalho, ele não consegue a vaga por causa de sua sexualidade.

Por 7Segundos 25/03/2021 18h06 - Atualizado em 06/04/2021 15h03
Em áudio homofóbico, cidadão diz que processo seletivo da Seplag prioriza público LGBTQIA+
O áudio do cidadão revoltado sugere que apesar do currículo impecável e das experiências de trabalho, ele não consegue a vaga por causa de sua sexualidade. - Foto: Reprodução/Web

Nesta quinta-feira (25), um áudio de caráter homofóbico circulou nas redes sociais. Nas falas, o cidadão denuncia o processo seletivo da Seplag (Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio de Alagoas), alegando que a instituição tem priorizado o público LGBTQIA+, sem levar em consideração as competências para os cargos.

O áudio do cidadão revoltado sugere que apesar do currículo impecável e das experiências de trabalho, ele não consegue a vaga por causa de sua sexualidade. 

" Entrei no site para cadastrar meu currículo e as informações que eles pedem ninguém, está preocupado com as suas competências, com os cursos que você tem, com a quantidade de experiência que você teve, anos de trabalho na área... as perguntas que eles fazem são se você é "viado" se você dá o .. de Bandinha, se você faz beijo grego e quando fala em etnia que é pra saber se o cara branco, pardo, indígena, amarelo, pergunta se tem AIDS pra que?  cara eu estudei anos e anos para chegar e o que vai definir se você vai pegar a uma vaga, é se você dá o **"

Além disso, o cidadão ressaltou que no local de seleção, a maior parte das pessoas que trabalham no local são gays "Quando você entra lá pra fazer entrevista com pessoal, você ver logo de cara que só tem viado e comunista ,eles têm os papos desse cara, é tudo de verdade, tudo cheio de frescura, ai tu acha que um monte de viado desse vai me colocar? Não vou generalizar, mas a maioria é tudo viado naquela porra, então me diga pra que saber se o cara dar o ** ou não para participar do processo seletivo? Olha ai se eu estou mentindo, por vários anos eu já fiz entrevistas e nunca fiquei, o próprio superintendente disse uma vez que meu currículo era o melhor", finalizou o ciddão.

Nota de Seplag sobre o assunto:

Nota de Repúdio

A Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag) vem a público, nesta terça-feira (06), repudiar um áudio de caráter homofóbico que estaria circulando nas redes sociais sobre o Processo Seletivo Simplificado (PSS) para preenchimento de vagas na área de Tecnologia da Informação da pasta. A Seplag informa que já está adotando as providências legais cabíveis para identificação do responsável.

Em acordo ao que rege o edital do certame, a pasta reforça que a primeira etapa do PSS será a aplicação de prova objetiva on-line, de caráter eliminatório e classificatório, e que a segunda etapa do trâmite é formada pela análise profissional específica, por meio de avaliação curricular balizada por critérios objetivos, como prova de títulos e apresentação de atestados de comprovação de experiência profissional técnica. Além disso, o edital também prevê realização de avaliação pré-admissional de saúde, de caráter eliminatório.

Nesse contexto, destaca que as informações solicitadas no ato da inscrição são pessoais e autodeclaratórias, de entendimento comum e inclusivo, atendendo aos requisitos e categoria de gêneros existentes no Brasil, além de serem protegidas pela Lei Geral de Proteção de Dados.

A Secretaria lamenta profundamente que ainda hoje a comunidade LGBT+ seja alvo de atitudes e declarações criminosas como as do áudio em questão e que tenham suas vidas e direitos afetados diariamente por violências que só reforçam o quanto ainda precisamos avançar para que tenhamos uma sociedade mais igualitária, justa e possível.

A Seplag ressalta que o respeito à diversidade é um de seus valores institucionais e que repudia veementemente todo e qualquer comentário, discriminação ou preconceito de origem que afete as questões relacionadas à gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero, sendo passível de punição criminal baseados no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal.