Política

Projeto que auxilia investigação sobre estupro de vulnerável aguarda sanção em AL

PL determina que cartórios, hospitais e maternidades comuniquem ao MP sobre os registros de nascimento realizados por mães ou pais menores de 14 anos

Por 7Segundos com assessoria 18/05/2021 10h10 - Atualizado em 18/05/2021 11h11
Projeto que auxilia investigação sobre estupro de vulnerável aguarda sanção em AL
Sessão na ALE - Foto: Igor Pereira - Ascom ALE

Durante esta terça-feira (18), Dia Nacional Contra o Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes diversas organizações têm discutido formas de prevenir este crime. Na Assembleia Legislativa de Alagoas, uma das discussões que envolvem o tema é o Projeto de Lei, de autoria da deputada Jó Pereira (MDB), que determina que cartórios, hospitais e maternidades comuniquem ao Ministério Público Estadual sobre os registros de nascimento realizados por mães ou pais menores de 14 anos. O PL foi aprovado por unanimidade no final de abril e segue para a sanção.

Citando o Código Penal, que considera estupro de vulnerável a relação sexual com menor de 14 anos, a parlamentar destacou que é de extrema importância e deve ser colocada em prática qualquer medida que combata esse crime bárbaro, proteja as pessoas vulneráveis e busque monitorar e punir, quando necessário, os criminosos.

“Sabemos que as vítimas ainda têm vergonha ou, em alguns casos, são ameaçadas pelos estupradores para que não relatem a ninguém o ocorrido, muito menos registrem Boletim de Ocorrência. A medida que propomos pode aumentar a fiscalização acerca de fatos criminosos que devem ser investigados pelas autoridades competentes”, pontuou Jó, frisando que, sendo informado sobre o registro, o MP poderá investigar e tomar as medidas cabíveis para que o responsável seja punido.

Na justificativa do PL, a deputada destacou que o estupro de vulnerável é uma triste realidade no país, lembrando que, somente em 2019, foram 66.123 boletins de ocorrência neste sentido e, em 84,1% dos casos, o criminoso era conhecido da vítima.

Jó Pereira acrescentou ainda que o projeto de lei não traz custos adicionais para os envolvidos, que poderão encaminhar as informações sobre os registros pela internet, via e-mail, não onerando nem o Estado, nem os cartórios.

Dados de Alagoas

Conforme reportagem da Agência Tatu de Jornalismo de Dados, baseada em números da Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), no primeiro trimestre deste ano foram registrados oficialmente 211 casos de violência sexual contra crianças e adolescente em Alagoas, contra 186 registros no primeiro trimestre de 2020.

As denúncias de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes podem ser feitas pelo número 100, pelo 181 (Disque Denúncia da Polícia Militar) ou no Conselho Tutelar da região.