Covid -19

Alagoas tem mais de 10% da população afetada pela fome, indica estudo

O levantamento mostra que o país retrocedeu 15 anos em relação à garantia do direito humano à alimentação

Por Pedro Vasconcelos* 31/05/2021 07h07
Alagoas tem mais de 10% da população afetada pela fome, indica estudo
Alagoas tem mais de 10% da população afetada pela fome, indica estudo - Foto: Bartosz Hadyniak/Getty Images

Estudos realizados pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN) indicam que mais de 10% da população alagoana está em estado de insegurança alimentar grave devido ao cenário de crise econômica e sanitária, decorrente da pandemia da Covid-19.

O levantamento, que tem como objeto monitorar a Segurança Alimentar (SA) e os níveis de Insegurança Alimentar (IA) nos domicílios de famílias brasileiras, mostram que os dados sobre IA e fome no estado são semelhantes aos do ano de 2004.

Evolução da fome no Brasil: porcentagem da população afetada pela insegurança alimentar grave entre 2004 e 2020 - macrorregiões. (Imagem: Rede PENSSAN)


O mesmo acontece em todo o Brasil. As áreas mais afetadas pela fome se encontram nas regiões Nordeste (13,8%) e Norte (18,1%). O indicativo mostra um retrocesso de 15 anos em relação à garantia do direito humano à alimentação adequada e saudável, com 19 milhões de brasileiros enfrentando a fome.

Fatores

De acordo com o IBGE, O desemprego é um fator relevante na gênese da IA, que aumentou uma taxa de 12% ao ano, no período entre 2018 a 2020. O levantamento indica que famílias com responsável mulher, ou de raça/cor da pele preta ou parda, ou com baixo nível de escolaridade também são fatores.

As zonas rurais também são prejudicadas. De acordo com a pesquisa: “As desigualdades regionais, historicamente conhecidas e insuficientemente combatidas, estão presentes nas restrições à capacidade de acesso das famílias aos alimentos, acentuadas pela maior prevalência da IA grave nos domicílios rurais onde também ocorrem, com maior frequência, a baixa renda, baixa escolaridade, maior insegurança hídrica e o menor acesso às políticas públicas”.

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