Covid -19

Saiba mais sobre a vacina que chega amanhã em Alagoas

O envio dos imunizantes da Janssen estava previsto para o último trimestre deste ano, começando em outubro, mas foi adiado para junho

Por 7Segundos com UOL 23/06/2021 16h04 - Atualizado em 23/06/2021 17h05
Saiba mais sobre a vacina que chega amanhã em Alagoas
Saiba um pouco mais sobre a vacina que chega amanhã em Alagoas - Foto: Reprodução

Dentro das próximas 48h, chegarão 104.490 doses de vacinas contra a Covid-19 a Alagoas. Destas, 25.050 são da vacina da Janssen, da farmacêutica Johnson & Johnson.

A Janssen foi autorizada pela Avisa no dia 31 de janeiro de 2021, e foi comprada pelo Ministério da Saúde em março. O envio dos imunizantes estava previsto para o último trimestre deste ano, começando em outubro, mas foi adiantado para junho.

Conheça a mais nova vacina a contemplar a imunização do estado:

Dose única

O imunizante é o primeiro aprovado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que só precisa de uma dose. Ainda assim, o corpo precisa de 15 dias para produzir uma resposta imune à covid-19.

A dose única, segundo a OMS, deve facilitar a logística da vacinação nos países.

Tecnologia de vetor viral não replicante

Semelhantemente à vacina de Oxford, AstraZeneca, a Janssen utiliza a tecnologia de do vetor viral não replicante, o que significa que ela usa um adenovírus (tipo de vírus que causa resfriado comum) modificado geneticamente para não causar resfriado.

Um pedaço de proteína "S" do Sars-CoV-2, presente nas espículas responsáveis pela ligação do vírus às células do corpo humano, é colocado dentro do adenovírus (que é o vetor, ou transportador, desse material genético).

Após a vacina, o sistema imune detecta a proteína e começa a criar formas de combater o invasor, criando uma resposta protetora contra a infecção.

Eficácia robusta

Em janeiro deste ano, a Janssen anunciou que a eficácia global (casos leves a moderados) da vacina é de 66% —menor do que as taxas globais das vacinas de Oxford (70%) e Pfizer (acima de 95%) e maior do que a CoronaVac (50,38%). Mas a resposta protetiva a casos graves (que provocam internações e podem levar à morte) foi maior: chegou a 85%. Os dados foram publicados em estudo na revista científica New England Journal of Medicine.

O imunizante, que foi testado também no Brasil durante a fase 3, mostrou-se efetivo também contra as variantes de Manaus (chamada também de variante brasileira), da África do Sul e do Reino Unido.

De acordo com a OMS, os dados informados pela farmacêutica permitem afirmar que a vacina funciona também em pessoas mais velhas.

Armazenamento em refrigeradores comuns

A OMS explica que a vacina da Janssen precisa ser armazenada a -20°C, o que pode ser "desafiador" em alguns países.

No entanto, novos dados permitiram afirmar que o imunizante também pode ser guardado por até três meses em refrigeradores comuns a temperaturas entre 2 e 8°C.

Efeitos colaterais comuns considerados leves

De acordo com CDC (Centros de Controle de Doenças) americano, os principais efeitos colaterais após a aplicação da vacina surgem em até dois dias e podem incluir cansaço, dor de cabeça, dores musculares, calafrios, febre e náusea.

O braço que recebeu a aplicação da vacina também pode apresentar dor e vermelhidão, mas todas essas reações são consideradas normais.

Risco de coágulos é extremamente raro

Em abril deste ano, o FDA e o CDC anunciaram uma pausa no uso da vacina da Janssen para investigar possíveis casos de coágulos provocados após o uso do imunizante. Todos os casos reportados aconteceram em mulheres entre 18 e 48 anos que apresentaram coágulos no cérebro e no abdome.

À época, a União Europeia e a África do Sul também optaram por pausar o uso do imunizante pelo mesmo motivo.

Considerados extremamente raros, os casos de trombose reportados se mostraram muito semelhantes aos que ocorreram com a vacina de Oxford/AstraZeneca, que usa uma tecnologia de vetor viral em sua formulação.

Mas, após revisão de dados, as agências optaram novamente por liberar o uso da vacina em pessoas acima dos 18 anos por considerarem que os benefícios do imunizante superam os riscos.

Não há estudos sobre uso em grávidas

Embora não existam estudos feitos com gestantes, o FDA afirma que não há contraindicação do uso da vacina em mulheres nessa condição.

No Brasil, não há ainda uma posição oficial sobre a orientação nesses casos. No entanto, a vacina de Oxford/AstraZeneca, que utiliza uma tecnologia semelhante à da Janssen, não é recomendada para esse público.