Brasil

PDT recua e votará contra a PEC dos precatórios

A mudança de posição da bancada do PDT decorre, sobretudo, da pressão feita pelo ex-ministro Ciro Gomes

Por Congresso em Foco 09/11/2021 14h02
PDT recua e votará contra a PEC dos precatórios
Ciro Gomes - Foto: Estadão Conteúdo

Depois de dar 15 votos a favor da PEC dos Precatórios no primeiro turno, a bancada do PDT mudou de posição e vai votar em peso contra a proposta no segundo turno, em votação prevista para esta terça-feira (9). O líder do PDT, Wolney Queiroz (PE), anunciou a mudança de orientação no fim da noite dessa segunda-feira. “Hoje à noite, por  maioria, decidimos mudar a posição da bancada na votação em segundo turno da PEC 23. A decisão se deu em nome da preservação da unidade partidária”.

O Congresso em Foco apurou que pelo menos 11 dos 15 pedetistas que votaram a favor da PEC já confirmaram que vão mudar de posição no segundo turno: além de Wolney, André Figueiredo (CE), Silvia Cristina (RO), Eduardo Bismarck (CE), Mário Heringer (MG), Subtenente Gonzaga (MG), Leônidas Cristino (CE), Dagoberto Nogueira (MS) e Fábio Henrique (ES). Esse grupo participou de jantar ontem à noite na residência de Heringer, no qual todos foram informados pelo líder sobre a nova orientação. Outros dois  deputados, Afonso Motta (RS) e Félix Mendonça Jr. (BA), também confirmaram esta manhã a mudança de voto.

A bancada se reunirá com a Executiva Nacional do partido às 12h para fazer os ajustes finais antes da votação. “O governo vai precisar de 15 a 20 votos a mais para aprovar a PEC em segundo turno”, disse Gustavo Fruet (PDT-PR) ao Congresso em Foco. Isso porque também há expectativa de mudança de voto no PSB e no PSDB. O texto recebeu 312 votos favoráveis na última quinta-feira, apenas quatro a mais que os 308 exigidos para mudança na Constituição. Outros  144 deputados votaram contra a medida, defendida pelo governo como necessária para viabilizar o pagamento do Auxílio Brasil, sucessor do Bolsa Família.

A mudança de posição da bancada do PDT decorre, sobretudo, da pressão feita pelo ex-ministro Ciro Gomes, que anunciou a suspensão da sua pré-candidatura como forma de pressionar os colegas que apoiaram a proposta a mudar o voto.