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Com chegada da pandemia, abrigo São Cão passa por dificuldades financeiras

A ONG acolheu mais de 400 animais e o proprietário do abrigo, que costumava mantê-lo com recursos próprios, perdeu suas fontes de renda

Por 7Segundos com Na Mira da Notícia 28/01/2022 21h09
Com chegada da pandemia, abrigo São Cão passa por dificuldades financeiras
Seu Antônio com cães resgatados pelo abrigo São Cão - Foto: Reprodução/Instagram

O programa Na Mira da Notícia recebeu, nesta sexta-feira (28), uma voluntária no abrigo São Cão, Lua Bezerra. Durante o bate-papo com o jornalista Angelo Farias, a convidada relatou os problemas financeiros que a ONG está enfrentando e fez um apelo à população.

De acordo com Lua, a pessoa que matinha o abrigo, o Seu Antônio, investia recursos próprios, mas, com a chegada da pandemia da Covid-19, o proprietário perdeu grande parte de suas fontes de renda, que vinha de imóveis alugados. "Ele teve que ir se desfazendo. Enquanto ele pôde manter com recursos próprios, ele manteve, mas hoje ele não tem mais essa condição", disse a voluntária.

O abrigo fica localizado em Marechal Deodoro e é responsável pelos cuidados de mais de 400 cães. As despesas com os animais vão desde medicamentos e alimentação, até produtos de limpeza para garantir que eles fiquem em um ambiente limpo e não desenvolvam doenças.

Além dos gastos com os pets, a ONG também precisa realizar o pagamento dos funcionários, como médicos veterinários, construir novos alojamentos para conseguir abrigar os cachorros que precisam ficar isolados em período pós-cirúrgico, e etc. "É um trabalho de muita determinação mesmo, porque é de um comprometimento muito sério".

A voluntária relata que o Seu Antônio "fez 26 dias de jejum ingerindo somente água" para conseguir visibilidade para a causa, não só da população, como também do Poder Público Estadual. "A causa animal não é uma questão de "pessoas loucas", ela é um problema de saúde pública. São animais com leishmaniose que estão nas ruas, animais que estão procriando indevidamente, que adoecem e as pessoas abandonam", salientou.

"O Poder Público precisa entender que esse é um problema de saúde pública, que precisa ser tratado como tal", pontuou Lua Bezerra.

Para manter os animais, o abrigo gasta em média de 6 a 7 sacos de 25kg de ração por dia, o que resulta em um total de 175kg de alimento para cachorros diários. "Como temos animais debilitados, não podemos falar "ele vai comer só isso". Se ele quiser comer mais, ele vai comer porque ele precisa", explicou, acrescentando a dificuldade devido à inflação dos produtos em geral.

Apesarem de estarem em um novo endereço, a voluntária relata que ainda existem pessoas que vão até o endereço antigo e amarram os animais no portão ou jogam eles por cima do muro quando querem abandoná-los: "isso é covardia".

Hoje o Seu Antônio conta com a ajuda de três funcionários para dar conta de mais de 400 cães. "É muito cansativo. É uma demanda que, humanamente, é difícil você conseguir conceder", lamenta Lua.

As pessoas podem conhecer o trabalho da ONG através do Instagram @abrigoseucao. Os interessados também podem entrar em contato através do número (82) 9930-3328. Doações podem serem feitas através do PIX: 35.418.242/0001-84 (CNPJ).