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Juiz preso recusa vacina contra Covid-19, passa mal com a doença e pede prisão domiciliar

Sérgio está preso por um suposto esquema de venda de decisões em 2019

Por UOL 01/02/2022 17h05
Juiz preso recusa vacina contra Covid-19, passa mal com a doença e pede prisão domiciliar
O juiz aposentado, Sérgio Humberto Sampaio - Foto: Reprodução/UCSAL

O juiz Sérgio Humberto Sampaio, preso no âmbito da Operação Faroeste - investigação sobre suposto esquema de venda de decisões - pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) transferência para prisão domiciliar humanitária após passar mal no Batalhão de Choque da Polícia Militar da Bahia com diagnóstico de covid-19. Ele recusou ser vacinado contra a doença.

A defesa do juiz aposentado do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) afirma que ele apresentou quadro de febre, diarreia, tontura e fraqueza corporal. Após confirmação no dia 25 da infecção pelo coronavírus, Sampaio apresentou baixa oxigenação, sendo transferido para uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) no dia seguinte. No dia 27, o quadro se agravou e ele foi encaminhado ao hospital particular Aliança, em Salvador.

Os advogados argumentam que o juiz tem plano de saúde e pode custear o próprio tratamento, caso a prisão preventiva seja substituída por domiciliar. Sampaio, preso desde 2019, quer estar em um hospital particular para, após internação, se recuperar junto à família.

O ministro Jorge Mussi, vice-presidente do STJ em exercício, negou a transferência para prisão domiciliar, argumentando que o encaminhamento para um hospital privado já foi feito pela unidade prisional após agravamento do quadro, não havendo mais urgência para decisão em plantão judiciário.

Mussi encaminhou o caso ao MPF (Ministério Público Federal) e ao relator do processo, para deliberação após o recesso. O UOL tenta contato com a defesa do juiz aposentado Sérgio Humberto Sampaio para envio de posicionamento.

Deflagrada no fim de 2019, a Operação Faroeste revelou a existência de suposta organização criminosa integrada por membros da cúpula do Judiciário baiano. A investigação apura a prática dos crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro e apontou três núcleos de investigados, integrados por desembargadores, advogados e produtores rurais.