Religião

Papa Francisco critica “Páscoa de guerra” e pede paz para Ucrânia em homilia

"Nossos olhos também estão incrédulos nesta Páscoa de guerra. Temos visto muito sangue, muita violência", declarou Francisco

Por CNN Brasil 17/04/2022 15h03
Papa Francisco critica “Páscoa de guerra” e pede paz para Ucrânia em homilia
Papa Francisco em missa parte da cerimônia da Páscoa - Foto: Reprodução

O papa Francisco, marcando que esta é uma “Páscoa de guerra”, pediu neste domingo (17) aos líderes que ouçam o apelo popular pela paz na Ucrânia e criticou implicitamente a Rússia por arrastar o país para um conflito “cruel e sem sentido”.

Francisco dedicou grande parte do discurso, tradicionalmente uma visão geral dos conflitos mundiais, à Ucrânia, comparando o choque de outra guerra na Europa com o choque dos apóstolos que, segundo o evangelho, viram Jesus ressuscitado.

Falando para cerca de 50.000 pessoas na Praça de São Pedro para seu discurso duas vezes por ano “Urbi et Orbi” (à cidade e ao mundo), Francisco, de 85 anos, disse que a Ucrânia foi “gravemente provada pela violência e destruição da guerra cruel e sem sentido para a qual foi arrastada”.

“Nossos olhos também estão incrédulos nesta Páscoa de guerra. Temos visto muito sangue, muita violência. Nossos corações também estão cheios de medo e angústia, pois muitos de nossos irmãos e irmãs tiveram que se trancar para estarem a salvo de bombardeios”, disse ele.

Moscou descreve a ação que lançou em 24 de fevereiro como uma “operação militar especial”. Francisco já rejeitou essa terminologia, chamando-a “guerra” e usando anteriormente termos como “agressão” e “invasão” injustificadas.

“Que haja uma decisão pela paz. Que haja um fim à tensão dos músculos enquanto as pessoas sofrem”, disse Francisco no domingo, continuando a agradecer àqueles que haviam acolhido refugiados da Ucrânia — a maioria dos quais foram para a Polônia.

No início deste mês em Malta, Francisco criticou implicitamente o presidente russo Vladimir Putin devido à invasão, dizendo que um “potentado” estava fomentando o conflito por interesses nacionalistas.