Política

Jó Pereira volta a alertar sobre crescimento de crimes de violência contra mulher no estado

De janeiro a julho deste ano, número de feminicídios em Alagoas cresceu 23,5%

Por Assessoria 30/08/2022 08h08
Jó Pereira volta a alertar sobre crescimento de crimes de violência contra mulher no estado
Deputada Jó Pereira - Foto: Assessoria

Ao final de mais um Agosto Lilás, o cenário segue alarmante e cada vez mais comum. Todo dia é noticiado algum caso de violência contra a mulher em Alagoas. Dois casos de agressão ocorridos no domingo (28), um em Maceió e outro em Marechal Deodoro, ganharam destaque na mídia nesta segunda (29).

Uma mulher, de 38 anos, foi agredida pelo marido no bairro de Clima Bom, em Maceió. O crime ocorreu domingo e o agressor foi preso. À polícia, a vítima relatou que o conheceu pela Internet e que era a quarta vez que ele a agredia.

Enquanto isso, em Marechal Deodoro, um homem jogou a esposa em cima de garrafas de vidro e a agrediu com chutes. De acordo com o boletim da Polícia Militar, quando a guarnição chegou à residência do casal, a vítima, de 32 anos, estava com um "galo" na cabeça, dentes quebrados e outras lesões pelo corpo. O agressor foi preso em flagrante.

Feminicídio


Casos de violência contra a mulher têm sido cada vez mais frequentes em Alagoas, onde o número de feminicídio cresceu 23,5% de janeiro a julho de 2022, em comparação com o mesmo período de 2021, segundo levantamento da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/AL).

Com mandatos reconhecidos também pela defesa dos direitos das mulheres, a deputada estadual Jó Pereira, candidata a vice-governadora na chapa encabeçada por Rodrigo Cunha, voltou a chamar a atenção para a necessidade da adoção de políticas públicas multissetoriais e da criação de uma rede de apoio e proteção eficiente no enfrentamento à violência contra a mulher, preocupação recorrente em seus posicionamentos.

De acordo com os dados, nos primeiros meses de 2022, foram registrados 21 feminicídios, contra 17 no mesmo período do ano passado. Apenas no mês de julho, foram seis casos: dois em Maceió, dois em Arapiraca e os outros em Jacuípe e São Miguel dos Campos. Destes, três ocorreram numa mesma semana, onde mulheres foram vítimas dos próprios companheiros.

O caso mais recente de feminicídio ocorreu no dia 21 de julho, em Maceió. Maria Aparecida Bezerra, de 54 anos, foi morta com golpes de faca pelo companheiro Alisson Bezerra, de 44 anos, no bairro do Antares. No dia 19 de julho, em Arapiraca, Diego Fernandes Lira da Silva matou a esposa, Daniela Fernanda Silva Belo, de 29 anos, a facadas na frente dos filhos, de 3 e 5 anos.

Já no dia 14 de julho, um casal foi encontrado morto no quarto da residência que morava no Pontal da Barra, em Maceió. Cláudio Jackson Barbosa dos Santos, de 36 anos, matou a companheira, Maria Elenilda Vieira da Silva, de 28 anos, e depois do crime cometeu suicídio.

Outros tipos de crimes


Mais indicadores de crimes contra a mulher preocupam a população. Alagoas foi o terceiro estado onde mais cresceram casos de estupros de mulheres em 2021, conforme revela o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022.

Em 2021, também se registrou aumento de 117,3% de importunação sexual (77 para 168 casos), em comparação ao ano anterior, além de aumento de assédio sexual em 71,7% (29 para 50 casos).

Ainda de acordo com o Anuário, o crime de perseguição à mulher saltou de 3 para 140 casos em Alagoas, um aumento de 4.500%. Além disso, a violência psicológica contra mulheres cresceu 9.200%, saindo de 1 para 93 casos.

Para completar, casos de violência doméstica cresceram 7,2% em Alagoas, terceiro estado do Nordeste em ligações ao 190 para denunciar ocorrências dessa natureza, com 11.849 pedidos de socorro. Os dados são da Segurança Pública Nacional.

Carta Pública


No começo deste mês, a deputada Jó Pereira recebeu, juntamente com outras integrantes da Comissão da Mulher da Assembleia Legislativa, um grupo de mulheres de 47 entidades de classes e outras ligadas aos direitos das mulheres. O grupo entregou as parlamentares uma Carta Pública com demandas e sugestões para o enfrentamento à violência contra mulheres.

Jó também esteve, recentemente, na Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh/AL) pedindo providências sobre a violência em relação às mulheres motoristas de aplicativos, inclusive sugerindo ações para minimizar os riscos, mas não obteve respostas.

“As soluções em relação à violência contra as mulheres passam por todas as áreas, por uma educação inclusiva e de qualidade, pela equidade de gêneros, por mudanças culturais, pela criação de uma rede de apoio realmente eficiente e por investimentos direcionados na segurança pública. Enquanto não enxergarmos e tratarmos o problema da violência contra as mulheres de forma ampla e multissetorial, continuaremos ostentando essas estatísticas inaceitáveis e vergonhosas”, reafirmou a candidata.

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