Bolsonarista preso por montar explosivo não estava agindo sozinho
George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, foi detido no sábado (24), com arsenal dentro de apartamento
O empresário George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, foi preso por montar um artefato explosivo em um caminhão de combustível, perto do Aeroporto de Brasília, neste sábado (24). Segundo a Polícia Civil, ele é apoiador do presidente Jair Bolsonaro e confessou o ato, que teve "motivação ideológica". Ele foi autuado por terrorismo.
No apartamento onde o homem foi preso, no Sudoeste, no Distrito Federal, os policiais encontraram um arsenal com fuzil, espingardas, revólveres, munição e outros artefatos explosivos. A corporação afirma saber que o homem teve ajuda e atua para identificar e prender os outros envolvidos.
Veja abaixo o que se sabe e o que falta saber sobre o caso:
O que se sabe
Onde o artefato explosivo foi encontrado?
A Polícia Militar foi acionada por volta das 8h de sábado, pelo motorista do caminhão onde o artefato estava instalado. Ele percebeu o objeto estranho no veículo, na via de acesso ao Aeroporto de Brasília. A Polícia Civil descartou a participação do homem no crime.
Os militares interditaram o local e integrantes do esquadrão de bombas do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM confirmaram que se tratava de um explosivo. Pouco antes das 14h30, a corporação informou que o artefato tinha sido detonado pela equipe.
Quem é o investigado?
George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, foi preso à noite, em um apartamento alugado no Sudoeste. Segundo a Polícia Civil, ele é empresário e veio do Pará a Brasília, com objetivo de participar de atos realizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), no quartel-general do Exército.
Neste domingo (25), a Justiça do Distrito Federal determinou, em audiência de custódia, que ele permaneça preso por tempo indeterminado.
O que foi encontrado com o homem?
No apartamento onde George Washington de Oliveira Sousa estava, os policiais encontraram um verdadeiro arsenal, com armas de alto calibre.
Na decisão que determinou a prisão preventiva do homem, a juíza Acácia Regina Soares de Sá afirma que, entre os itens localizados no local, estavam:
1 fuzil AR10;
2 espingardas calibre 12;
30 cartelas de munição 357 magnum;
39 cartelas de munição 9 mm, contendo 10 munições intactas não deflagradas;
2 caixas contendo 50 munições de 9 mm.
Também foram encontrados revólveres, outros cinco artefatos explosivos e uniformes camuflados.
O homem tinha autorização para portar armas?
Segundo a Polícia Civil, George tinha registro como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), mas o documento estava em situação irregular. Portanto, não podia estar com o material.
Como a polícia chegou ao bolsonarista?
Em entrevista coletiva, o delegado-geral da Polícia Civil, Robson Candido, não deu detalhes de como a corporação chegou ao autuado, mas disse que houve trabalho de inteligência.
Qual a motivação do ato?
Ainda segundo Robson Candido, o homem confessou o crime e confirmou que o ato tinha cunho político. Ele é apoiador do presidente Jair Bolsonaro. O delegado-geral da PCDF classificou o ato como "extremismo político".
"O que ele fala é que queria, o grupo dele, queria e gostaria de chamar atenção, justamente para ir para o aeroporto, explodir lá esse artefato, justamente para causar um tumulto dentro da nossa cidade, com esse motivo ideológico deles, político."
A polícia afirma que inicialmente, o plano do grupo era instalar o explosivo em um poste, para interromper o fornecimento de energia elétrica na capital. No entanto, o material acabou instalado no caminhão por uma outra pessoa, que não era o preso.
Em depoimento, George Washington alegou que queria "dar início ao caos" para provocar a decretação de estado de sítio no país – quando há restrição de direitos e à atuação do Legislativo e do Judiciário.
O homem agiu sozinho?
A polícia afirma já ter certeza do envolvimento de outras pessoas no crime. Segundo a corporação, um outro suspeito já foi identificado. No entanto, até a tarde deste domingo (25), a PCDF não tinha divulgado outras prisões.
Como o criminoso trouxe o arsenal do Pará para o DF?
Em depoimento aos policiais, o homem disse que veio a Brasília em um carro próprio e trouxe as armas no veículo.