Comportamento

Caso Bruno e Giovanna: por que é importante que casais falem de sexo?

Bruno Gagliasso descobriu demissexualidade da esposa em podcast. Especialista explica como falar de sexo e a importância do assunto

Por Metrópoles/Pouca Vergonha 20/01/2023 09h09 - Atualizado em 20/01/2023 10h10
Caso Bruno e Giovanna: por que é importante que casais falem de sexo?
Giovanna Ewbank Bruno Gagliasso - Foto: Reprodução

Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank chamaram atenção nesta semana por um motivo inusitado: o ator confessou, em entrevista ao jornal o O Globo, que não sabia da demissexualidade da esposa. O galã garantiu que soube da informação junto com o público, ouvindo o podcast Quem Pode, Pod.

“Achei divertido, achei engraçado para cacete. Nem eu sabia. Soube pelo programa que ela era demissexual. Ri horrores. Liguei pra ela: ‘Quer dizer que você é demissexual?”, brincou.

Apesar de Bruno ter levado na esportiva, a situação levanta uma problemática que muitos casais mundo afora passam: fazer sexo, mas não conversar sobre. Antes, vale ressaltar: não quer dizer que seja o caso do casal de artistas. De acordo com a psicóloga Tâmara Dias, o contexto social faz com que, muitas vezes, conversas aleatórias sirvam para esse tipo de descoberta.

“Ainda estamos nos descobrindo, nos permitindo. É natural que eu só me perceba através de uma conversa aleatória com alguém, por essa pode ter sido a oportunidade que estou tendo para pensar no assunto. Estamos compreendendo agora que somos fluidos, que podemos ter muitas possibilidades e está tudo bem nisso”, explica.

Por que fazer e não falar?

A maioria das pessoas acha que o suprassumo da intimidade é o ato sexual em si; contudo, com o tempo descobre-se que fazer sexo não é tão íntimo ou intimidador quanto conversar a respeito. Segundo a terapeuta, isso acontece porque o ser humano ainda não é ensinado a resolver questões com diálogo e escuta amorosa.

“Crescemos com nossas referências ditando as regras, sem darem oportunidade da construção de uma ideia. Dessa forma, nos tornamos adultos que não contestam padrões de comportamentos. Como na infância o padrão que prevalece é de que é proibido falar sobre sexualidade, inconscientemente as pessoas têm para si que tornar isso uma pauta é algo que não é natural”, diz.

Falar de sexo não é falar sacanagem

“Mas eu falo sobre sexo com minha parceria”, você pode pensar. Contudo, antes de ter essa certeza, vale questionar o que, para você, é falar sobre sexo. Muita gente ainda acredita que falar sobre sexo é o famoso dirty talking – falar sacanagens e erotismos com o outro.

É claro que ter conversas quentes é mais do que saudável e recomendado, mas não se deve parar por aí. Questões como possibilidades de vivenciar experiências sexuais em consenso, ressignificar questões como ciúmes, apego, papéis de gênero e outros temas são essenciais para trazer à rotina do casal.

“Não necessariamente vocês precisam viver as coisas que vocês conversam, mas é uma forma de saber o que o outro pensa e construir respeito a outras dinâmicas e à do próprio casal. É importante dar o espaço que cada um precisa para viver o que se é na essência. O relacionamento é troca, colocar luz no que o outro pode ser melhor, então é preciso estar aberto para dar e receber as demandas que vierem com cumplicidade, respeito e amor”, indica.

Como começar?


Você concorda que precisa falar mais abertamente de questões sexuais com sua parceria, mas não sabe por onde começar? Tâmara dá algumas dicas para praticar com o mozão:

Comecem se olhando nos olhos por um período de, no mínimo, 3 minutos, por 15 dias. Isso vai ajudar a gerar uma intimidade e conexão, vai elevar o nível de confiança um do outro. Isso é preparar o terreno para estarem abertos a qualquer demanda que vier sobre a relação;

Podem começar perguntando o que a parceria gostaria que vc fizesse para fazê-lo(a) feliz. Tem coisas que só a própria pessoa pode se dar, mas o par pode contribuir um com o outro;

Perguntar quais expectativas ela fazia sobre namoro e casamento na adolescência. Dessas respostas, já vai dar para ter uma noção sobre a bagagem que a pessoa tem para vivenciar algo saudável;

Sugerir coisas para ver a reação da parceria, afinal, a linguagem corporal também comunica. Pergunte também sobre o que a pessoa pensa sobre coisas que você não gostaria de fazer. Tudo é feedback;

Perguntar o quanto estão realmente comprometidos em fazer coisas que os deixam felizes. Devemos querer entrar em um relacionamento para fazer alguém feliz, não com a expectativa que a pessoa é perfeita para me fazer feliz.