Política

Coronel da PM-DF diz que Exército dificultou prisão de participantes dos atos de 8 de janeiro

Segundo o ex-comandante de Operações da Polícia Militar, Exército montou uma barreira para proteger manifestantes que estavam em acampamento

Por 7Segundos com CNN Brasil 16/03/2023 19h07
Coronel da PM-DF diz que Exército dificultou prisão de participantes dos atos de 8 de janeiro
Radicais bolsonaristas invadem a sede do Congresso Nacional - Foto: 08/01/2023REUTERS/Antonio Cascio

Ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, o coronel Jorge Eduardo Naime afirmou nesta quinta-feira (16) que o Exército tentou impedir a prisão de manifestantes que participaram dos ataques criminosos às sedes dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro.

A declaração foi dada durante depoimento à Comissão Parlamentar de Investigação (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Naime está preso desde fevereiro. Ele é acusado de ter se omitido em relação aos ataques.

O coronel disse que foi feita uma barreira com militares do Exército para impedir a prisão de suspeitos que participaram dos atos e que estavam instalados no acampamento que havia sido montado em frente ao Quartel-General do Exército.

“Uma linha de choque montada com blindados e, por interessante que parecesse, eles não estavam voltados para o acampamento. Eles estavam voltados para a PM, protegendo o acampamento”, afirmou.

“O tenente que era o oficial de dia no QG queria impedir que a gente prendesse as pessoas no gramado que fica ao lado da via N1. O argumento foi que o local era uma área do Exército e que a PM não poderia atuar”, acrescentou.

Desmobilização do acampamento

Naime afirmou que participou de diversas reuniões com o Comando do Exército para a retirada do acampamento, mas as ações eram sempre canceladas.

De acordo com o ex-comandante, investigações já haviam revelado várias irregularidades dentro do acampamento, como comércio ilegal e aluguel irregular de tendas.

Havia ainda, segundo o coronel, a “Máfia do Pix”, em que pessoas que se intitulavam lideranças pediam às pessoas que fizessem transferências via Pix para manter o funcionamento do acampamento.

O Exército foi procurado para comentar o assunto, mas ainda não se manifestou.

(Com informações da Agência Brasil)