Política

Com escolta e película escura, PM usou artifícios para “preservar imagem” de Torres

Ex-ministro da Justiça depôs à Polícia Federal nesta segunda e teve forte esquema de segurança montado

Por 7Segundos com CNN Brasil 08/05/2023 19h07
Com escolta e película escura, PM usou artifícios para “preservar imagem” de Torres
Ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres - Foto: 15/06/2022REUTERS/Adriano Machado

A Polícia Militar do Distrito Federal usou artifícios especiais para “preservar a imagem” do ex-ministro da Justiça Anderson Torres na tarde desta segunda-feira (8).

Torres foi levado do Batalhão de Aviação Operacional (Bavop), no Guará (DF), às 13h15, para a sede da Polícia Federal, na Asa Norte de Brasília, com forte esquema de segurança.

A CNN flagrou o momento em que os policiais colaram película escura na parte de trás da viatura em que o ex-ministro iria sair. Tudo para evitar registro de câmeras.

A PM também acionou o Grupamento Tático Motociclístico (GTM), com 11 motos. Uma foi na frente da viatura e as demais ao lado e atrás. No momento da saída do preso do batalhão, o trânsito foi parado na avenida para a passagem do comboio. Uma viatura descaracterizada da PF também participou do esquema.

Torres foi levado por dois policiais militares do Bavop, sentados na frente. Ele foi sozinho atrás, sem algemas. A viatura buscou Torres na garagem do batalhão.

A escolta feita pela PM do DF foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou o depoimento. Como o ex-ministro está sob a responsabilidade da PMDF, caberia à corporação essa escolta. Na volta, às 17h, o esquema de retorno ao Bavop foi o mesmo.

Anderson Torres está preso desde 14 de janeiro por suspeita de omissão nos atos criminosos de 8 de janeiro em Brasília.

Nesta segunda, ele prestou depoimento como declarante no inquérito da PF que investiga bloqueios da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em estradas de Estados do Nordeste no segundo turno das eleições presidenciais do ano passado. Ele, como ministro da Justiça, comandava a hierarquicamente a PRF.