Política

O que esperar das eleições após eras de repórteres policiais, integrantes da segurança e juristas

Últimos pleitos foram marcados pela presença destes atores da sociedade

23/05/2023 11h11 - Atualizado em 23/05/2023 11h11
O que esperar das eleições após eras de repórteres policiais, integrantes da segurança e juristas
Urnas eletrônicas - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Marcelo Ales - repórter

Cada eleição tem seu contexto. Em alguns casos, o pleito traz sempre candidatos inusitados e candidaturas que refletem o momento social vivenciado de cada período da história. Isto é, houve época que as eleições ficaram marcadas pela preferência por comunicadores sociais, como radialistas e jornalistas da área policial. Com o tempo, esse grupo perdeu espaço para os próprios integrantes da segurança pública. E na sequência, outras vagas foram ocupadas por juristas.

Numa época não tão distante, os alagoanos e, especificamente, os maceioenses elegeram representantes políticos que antes atuavam em programas televisivos com a editoria voltada para as pautas de segurança pública, ou seja, que envolvesse prisões, casos de violência, do tipo, assassinatos, assaltos, roubos, furtos, agressões físicas. Nestes telejornais, tidos como policialescos, os repórteres tinham protagonismo pois agiam durante as entrevistas como “juízes” e palatinos da moralidade e da segurança pública.

Após essa era dos repórteres policiais, os próprios integrantes da segurança pública como os policiais e bombeiros militares e delegados distritais resolveram aproveitar a oportunidade que estava sendo bem capitaneada pela categoria de jornalistas durante as entrevistas para ganhar notoriedade. Com isso, os integrantes das forças de segurança passaram a chamar o protagonismo da notícia e os holofotes para si. Muitos deles passaram a usar até as próprias redes sociais como canal de comunicação para divulgar ações policiais realizadas, como prisões e apreensões, afastando ainda mais a presença do repórter policial, como possível forma de evitar dividir as atenções.

E nos últimos pleitos, veio o momento de juristas tomarem o protagonismo, a exemplo de representantes do Ministério Público, bem como da Justiça, que aproveitaram a onda da Lava Jato com o ferrenho combate à corrupção. Agora, o  que esperar do contexto da próxima eleição que já segue em debate.