Cultura

Estudante fatura R$ 6 mil vendendo capas de chuva e confeito no São João de Maceió

Junielly Ataíde, de 22 anos, vendeu mais de 1,2 mil unidades de capas de chuva durante os shows no estacionamento do Jaraguá

Por 7Segundos 30/06/2023 08h08 - Atualizado em 30/06/2023 09h09
Estudante fatura R$ 6 mil vendendo capas de chuva e confeito no São João de Maceió
Junielly Ataíde, de 22 anos, vendeu mais de 1,2 mil unidades de capas de chuva - Foto: 7Segundos

Sorriso no rosto, capa no corpo e lacinho com fitinhas coloridas no cabelo. Com desenvoltura, Junielly Santos, de apenas 22 anos, conseguiu faturar cerca de R$ 6 mil durante o São João de Maceió. Boa de venda e cheia de disposição, viu na chuva uma oportunidade. Sem tendas no estacionamento do Jaraguá, a estudante vendeu mais de 1,2 mil capas de chuva. O dinheiro já tem destino certo: ajudar em casa e pagar a carteira de habilitação.

“Foi uma maravilha, principalmente porque não teve tenda. Se for parar para pensar, tem mais de 100 mil pessoas e não tem 100 mil capas”, afirmou a graduanda em Matemática pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). A visão empreendedora veio no início do ano, quando vendeu sanduíche com suco natural durante o carnaval no Jaraguá.

“Primeiro ano que comecei a vender. A gente tava precisando de dinheiro, eu e minha mãe, e teve essa ideia porque é uma movimentação rápida”, contou ao 7Segundos enquanto atendia os clientes. Ela montou o que chame de “baleiro” - um tabuleiro com pastilha, goma de mascar e cigarros, onde ela deixa o celular com a lanterna acesa para que os clientes enxerguem os produtos. A ideia deu tão certo que a mãe, desempregada, também montou um.

E a família vai se revezando. “Eu fico aqui um tempinho, depois deixo minha prima e vou lá para frente vender capa. A concorrência das capas é grande, porque o pessoal começa a vender já nos ônibus, pela janela”. Mas ela não se intimida. Vai concorrer com os outros vendedores.

Com a enorme quantidade de gente no Polo Carlos Moura, ela percebeu que precisava investir no negócio. “Aceito PIX, cartão e dinheiro, mas estou trabalhando mais com dinheiro, porque a internet aqui é ruim. Só percebi isso no terceiro dia. Hoje comprei uma maquininha de cartão para tentar facilitar, mas não deixei de vender; ontem peguei uma emprestada e o negócio não parou”.

Sem nunca ter tido carteira assinada, ela é uma vendedora multifacetada. “Vendo O Boticário, Eudora, prata, roupa. Ia comprar em Caruaru, mas achei um fornecedor daqui e não viajo mais. Sempre fui me virando assim, com vendas”.

Show do Nadson


A expertise de empreendedora foi testada no dia do show de Nadson, o Ferinha, com o Jaraguá lotado. “Faltou capa no dia de Nadson. Peguei um mototáxi, paguei R$ 80,00 e fui buscar mais capas em Rio Largo para vender aqui. Compensou muito”.

Jovem, mas consciente, ela tenta conciliar o trabalho com lazer. “Aproveitei mais as vendas. A gente curte [o show] vendendo na frente do palco. Meu namorado vem e me faz companhia e ajuda nas vendas”, explicou a estudante, que disse ainda: “Vou estender mais três dias e trabalhar no Benedito Bentes”.

Para ela, não tem tempo ruim e afirma que é preciso deixar o comodismo de lado para sobreviver. “Muitos estão acomodadas a não fazer nada e têm medo de arriscar. Às vezes tem medo, não tem incentivo, não tem um pai que apoie o empreendedorismo”.