Maceió

CSA entra com pedido de recuperação judicial devido à dívida extrema

O valor total da causa de recuperação judicial é de R$ 7.620.930,19

Por 7Segundos 19/07/2023 07h07
CSA entra com pedido de recuperação judicial devido à dívida extrema
Torcida do CSA no Estádio Rei Pelé - Foto: Thiago Parmalat/RCortez/Ascom CSA

Na noite desta terça-feira (18), o Clube de Regatas Centro Sportivo Alagoano (CSA) entrou com um pedido de recuperação judicial na Vara Cível da Comarca de Maceió. O time  justificou a medida devido à dívida extrema que tem assolado o clube desde 2022, prometendo mexer nas estruturas dos bastidores do futebol alagoano.

No documento vazado na imprensa, o CSA mencionou a crise econômica enfrentada pelo Brasil e seu impacto no futebol como justificativa para o pedido. Além disso, o clube citou dificuldades financeiras na construção de seu novo Centro de Treinamento, localizado no bairro Benedito Bentes, revelando que aproximadamente R$ 5 milhões foram gastos na terraplanagem. O valor total da causa de recuperação judicial é de R$ 7.620.930,19.

O clube também mencionou exemplos de outros clubes brasileiros que entraram com pedidos de recuperação judicial em seus respectivos estados, como Coritiba, Sport e Cruzeiro. O CSA ressaltou o aumento abrupto de seus compromissos financeiros entre 2019 e 2022. No primeiro ano, o valor total era de R$ 2,8 milhões, enquanto em 2022 esse montante chegou a R$ 5,4 milhões.

Um gráfico apresentado pelo CSA revelou outro dado significativo: os empréstimos obtidos pelo clube. Em 2022, o valor de empréstimos ultrapassou os R$ 2 milhões, enquanto em temporadas anteriores os valores foram inferiores a R$ 1 milhão. Além disso, o time acumulou um déficit de R$ 3,2 milhões entre 2021 e 2022.

O processo de recuperação judicial do CSA também aponta a grave crise econômica enfrentada pelo mercado brasileiro nos últimos anos. Iniciada em 2014, com o fim do ciclo de alta dos preços das commodities no mercado externo, a crise afetou diretamente as exportações brasileiras e resultou em diminuição do fluxo de capital estrangeiro para o país. Nos três anos seguintes, a crise se agravou, levando ao aumento do desemprego, endividamento das famílias e queda do consumo e da produção de bens.