Cultura

Tony Bennett, ícone da música romântica americana e do jazz, morre aos 96 anos

Causa da morte não foi informada. Artista foi diagnosticado com Alzheimer em 2016.

Por G1 21/07/2023 11h11
Tony Bennett, ícone da música romântica americana e do jazz, morre aos 96 anos
Tony Bennet - Foto: Evan Agostini/Invision/AP/Arquivo

Tony Bennett, cantor americano ícone da música romântica e do jazz, morreu aos 96 anos. A informação foi confirmada por sua representante, Sylvia Weiner, nesta sexta-feira (21). Uma postagem foi feita em seguida nas redes sociais dele.

"Tony nos deixou hoje, mas ainda outro dia ele estava cantando em seu piano, e sua última música foi 'Because of you', seu primeiro hit. Tony, por causa de você nós teremos suas músicas em nossos corações para sempre."

O cantor completaria 97 anos no dia 3 de agosto.

Bennett era conhecido por interpretar canções tradicionais da música romântica americana como "I Left My Heart In San Francisco". Ele ganhou admiradores que vão de Frank Sinatra a Lady Gaga e lançou mais de 70 álbuns. Ganhou 22 prêmios Grammy e dois Emmys.

Sylvia não especificou a causa da morte, no entanto, ele foi diagnosticado com Alzheimer em 2016. Sua última aparição em uma apresentação ao vivo foi em agosto de 2021, ao lado de Lady Gaga, no Radio City Music Hall, em Nova York, no show "One Last Time".

Dias depois, o filho de Bennett anunciou que ele não faria mais nenhum outro concerto por ordens médicas.

"Esta foi uma decisão difícil para tomarmos, já que ele é um artista capaz. Isto, porém, são ordens médicas... não estamos preocupados se ele é capaz de cantar. Estamos preocupados, de um ponto de vista físico, com a natureza humana", disse o filho sobre o show no Radio City.

O artista começou sua carreira no início da década de 1950 e mostrou o talento com a voz forte e cheia de personalidade. Crooner à moda antiga, ele cantou faixas como "Because of You", "Rags to Riches" e "The Good Life". Com "Because of You", Tony ficou por 10 semanas no topo da lista de singles da Billboard.

Entre seus últimos trabalhos estão duetos com nomes clássicos e contemporâneos da música. Em março de 2011, Bennett gravou com Amy Winehouse o single "Body and soul" nos estúdios Abbey Road, em Londres. A parceria entrou no disco "Duets 2". Ele foi o último artista a trabalhar com Amy antes da sua morte prematura aos 27 anos.

Com esse disco de parcerias, Bennett ocupou pela primeira vez na carreira o topo da lista dos mais vendidos da "Billboard". O álbum teve 179 mil cópias vendidas na primeira semana, segundo a publicação.

O cantor também gravou dois discos com Lady Gaga, "Cheek to Cheek", de 2014, e "Love for Sale", em 2021. Com o primeiro, ele quebrou o próprio recorde ao se tornar o artista mais velho a emplacar um disco no topo da Billboard 200.

O álbum apresenta Bennett e Gaga cantando clássicos como "Anything goes" e "Let's face the music and dance", e chegou a vender 131 mil cópias na primeira semana de lançamento. Os dois se apresentaram juntos na cerimônia do Grammy em 2015. Na premiação, eles ainda venceram a categoria de Melhor Álbum Vocal Pop Tradicional.

Em 2021, Gaga falou sobre a parceria com Bennett e o segundo convite que recebeu do cantor: "Sempre fico honrada em cantar com meu amigo Tony, então é claro que aceitei o convite".

Bennett também trabalhou em colaboração com Diana Krall, Michael Bublé, Carrie Underwood, Beyoncé, entre outros artistas. Em 2012, ele lançou "Viva duets", álbum bilíngue com artistas latino-americanos como Gloria Estefan, Thalía e as brasileiras Maria Gadú e Ana Carolina.

O cantor conversou com o g1, em 2012, quando passou pelo país em turnê, aos 86 anos. Na época, ele dizia que não pensava em se aposentar. "Bem, amo ir no Brasil e tive sorte de estar no país quando a bossa nova começou a virar moda. Eu imediatamente reconheci que seria um poderoso gênero musical", disse na época.