Alagoas

Relatório aponta aumento da morte de indígenas no Estado

Dados apontam abuso de poder e caso de estupro

Por 7Segundos 27/07/2023 15h03
Relatório aponta aumento da morte de indígenas no Estado
Comemorações em homenagem ao Dia dos Povos Indígenas em Palmeira dos Índios - Foto: DIEGO WENDRIC/ASSESSORIA

A realidade dos povos indígenas, em Alagoas, é retratada pelo relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil – dados de 2022, publicação anual do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), divulgada nesta quinta-feira (27).[

O primeiro ponto retratado é o aumento no assassinado de indígenas nos últimos anos, indo de três, em 2021 para quatro em 2022.

Dois casos de conflitos foram registrados no relatório. A comunidade indígena Karuazú sofre com a demarcação do território, reivindicada há mais de duas décadas, que ainda não foi concluída.

Outro conflito é da comunidade indígena Xukuru-Kariri devido a um projeto de exploração de minério implantado pela empresa Mineração Vale Verde. As atividades de mineração têm impactos diretos sobre o território e suas comunidades, resultando em danos ambientais e humanos.

Além disso, a reativação da ferrovia transnordestina, que corta o território Xukuru-Kariri em Palmeira dos Índios, permanece como uma ameaça constante sobre a terra dos indígenas.

Abuso de Poder e estupro

Em agosto de 2022, a comunidade Katokim, Jeripankó e Karuazu sofreu com a atuação opressora do responsável técnico da CTL da Funai de Delmiro Gouveia, nomeado pelo governo de Bolsonaro. A autoridade agiu desrespeitando a organização local dos povos, promovendo divisões internas e ameaçando lideranças que se opunham à sua atuação.

Além disso, o coordenador favorecia interesses do agronegócio em detrimento das políticas indigenistas, ignorando os direitos e bem-estar das comunidades indígenas. A situação levou os povos a ocuparem a BR-432, em Água Branca, exigindo a exoneração imediata do coordenador.

Em novembro do mesmo ano, uma mulher indígena Xukuru-Kariri, de 23 anos, sofreu uma terrível violência, sendo estuprada por dois homens armados enquanto retornava para a Terra Indígena Fazenda Canto, em Palmeira dos Índios.