Cultura

‘Gabriela - Cravo e Canela’ ganha adaptação e será encenada no Teatro de Arena

A montagem, baseada na obra de Jorge Amado, é uma produção da turma iniciante do CEPEC

Por 7Segundos com Assessoria 19/09/2023 11h11
‘Gabriela - Cravo e Canela’ ganha adaptação e será encenada no Teatro de Arena
Peça - Foto: Assessoria

Um clássico da literatura brasileira, ‘Gabriela – cravo e canela’, de Jorge Amado, ganhou uma adaptação e se transformou em um espetáculo do Centro De Pesquisas Cênicas (CEPEC). A peça será encenada neste sábado (23), em duas sessões, às 18h e às 20h30, no Teatro de Arena Sérgio Cardoso, anexo ao Teatro Deodoro, em Maceió. Os ingressos custam R$ 25,00 (meia) e R$ 50,00 (inteira) e estão sendo vendidos na plataforma Sympla.

A montagem, baseada na obra de Jorge Amado, é uma produção da turma iniciante do CEPEC, reunindo 20 alunos-atores, com direção geral de Aldine de Souza, direção de movimento, iluminação e cenografia de Claudemir Santos. O texto é uma adaptação de Ana Cecília da Silva.

A escolha do espetáculo, segundo Aldine de Souza, é um desejo antigo e ao se deparar com uma turma diferenciada, a vontade veio à tona. “São muitos alunos, uma turma bem questionadora, madura, política que gosta de estudar bastante. Quando falamos em Gabriela, isso nos arremete a adaptação da TV, como foi colocado o estigma da mulher, da sedução, mas isso é apenas um pano de fundo para muitas discussões políticas de como era Ilhéus naquele período da história e o porquê a população não muda diante de toda a política que está impregnada na cidade. Estamos conseguindo trazer isso com nossa montagem, algo bem diferente do que foi visto na televisão brasileira”, comentou a diretora.

Aldine de Souza lembra que o teatro não é apenas uma forma de diversão mas de trazer questionamentos sobre diversos aspectos. “E Jorge Amado sabe fazer isso muito bem, até na forma que ele conduz suas narrativas. É muito prazerosa, é instigante e fazer a montagem também nos tira da zona de conforto. O texto é surpreendente. E mesmo que todos conheçam a história, essa é a nossa Gabriela, contada de uma maneira diferente, desde a cenografia, figurinos. Trazendo a magia, sedução, conflitos políticos, no teatro, de frente a esse olhar do público”, acrescentou.

Apesar de ser uma turma iniciante, a diretora afirma que o mais marcante entre os alunos são os questionamentos e isso transformou todo o processo, sendo enriquecedor para todos. “A dedicação da turma é maravilhosa. Chegando nessa reta final junta-se o nervosismo com a ansiedade. Eles estão começando agora e nosso curso, na turma iniciante, tem como objetivo realmente apresentar o fazer teatral para eles, que entendem a importância de estudar o texto, de todos estarem em cena, independente das quantidades de falas. Ninguém faz teatro sozinho e todos estão encarando isso a sério”, concluiu a diretora.

A História
Em 1925, Gabriela é uma moça alegre, ingênua e muito bonita, que foge da seca do sertão nordestino com um grupo de retirantes rumo a Ilhéus, na Bahia, onde é encontrada suja e desmazelada num mercado de pessoas pelo árabe Nacib. Ele a emprega em seu comércio, o Bar Vesúvio, como cozinheira.

Inocente e ao mesmo tempo sensual e ousada, Gabriela conquista aos poucos o coração de Nacib e os dois acabam vivendo um romance. Nacib decide se casar com a cozinheira, e tenta transformá-la numa verdadeira dama da sociedade, o que será quase impossível para Gabriela, que não vê razão nos recatados costumes civis de Ilhéus.

O Bataclã, administrado pela elegante cafetina Maria Machadão, acolhe os homens da cidade num ambiente festivo e erótico, apresentando atrações como shows de música e dança e jogos de azar. Um de seus mais assíduos frequentadores é o mulherengo Tonico Bastos, o tabelião de notas da cidade, casado com a ciumenta Olga, que não sabe que o marido vive se envolvendo com prostitutas e moças solteiras pela cidade. Tonico é um dos melhores amigos de Nacib, e acaba também se interessando por Gabriela.