Justiça

Ex-soldado da Polícia Militar de Alagoas é condenado a mais de 60 anos por estupro e assassinato em Maceió

Crime ocorreu em julho de 2019

Por 7Segundos 17/11/2023 06h06
Ex-soldado da Polícia Militar de Alagoas é condenado a mais de 60 anos por estupro e assassinato em Maceió
Ex-soldado da Polícia Militar de Alagoas é condenado a mais de 60 anos por estupro e assassinato em Maceió - Foto: Assessoria/MPEAL

O Tribunal do Júri em Maceió encerrou um caso bárbaro nesta quinta-feira (16) ao condenar o ex-soldado da Polícia Militar de Alagoas, Josevildo Valentim dos Santos Júnior, a 60 anos e 9 meses de reclusão. O crime, que ocorreu em julho de 2019, envolveu o estupro seguido de assassinato de Maria Aparecida Pereira e uma tentativa de homicídio contra o namorado dela, Agnísio dos Santos Souto.

O julgamento, que perdurou por mais de 12 horas, aconteceu no Fórum Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro, em Maceió. O ex-soldado, acusado pelos atos brutais, foi condenado a cumprir pena em regime inicialmente fechado. Além da sentença, foi determinado o pagamento de 25 mil reais a cada família das vítimas pelos danos causados.

O Ministério Público de Alagoas (MPE-AL) denunciou o ex-soldado por feminicídio triplamente qualificado, estupro e tentativa de homicídio. Durante o julgamento, a defesa argumentou que o ex-policial possuía problemas psiquiátricos, buscando uma consideração diferenciada.

No tribunal, Josevildo Valentim dos Santos confessou e detalhou os terríveis eventos. Ele admitiu ter atirado contra Agnísio por recusar-se a ter relações sexuais com a namorada depois do estupro perpetrado pelo ex-soldado.

O ex-policial relatou que Maria Aparecida pediu para não ser morta, mas ele justificou seu ato afirmando que não poderia deixá-la viva por tê-lo reconhecido. Agnísio, fingindo estar morto, foi o único sobrevivente do ataque.

Durante o decorrer do julgamento, a defesa do ex-PM tentou suspender o júri, alegando que o réu não tinha condições de retornar ao tribunal devido a um suposto desmaio. No entanto, após avaliação médica que constatou sua condição estável, o julgamento prosseguiu.

O crime hediondo ocorreu quando as vítimas estavam próximas à residência de Aparecida. O ex-soldado abordou-os, ordenando que entrassem em seu carro. Agnísio foi colocado na mala do veículo enquanto Aparecida foi forçada a se sentar no banco do passageiro.

O policial dirigiu até um local deserto, onde estuprou Aparecida à vista de Agnísio, mantido na mala do carro. Após o estupro, obrigou Aparecida a praticar sexo oral nele, momento em que atirou contra ela, resultando em sua morte imediata.

Na sequência, disparou contra Agnísio, que fingiu estar morto para sobreviver. O ex-soldado retornou à cena do crime na manhã seguinte para confirmar a morte das vítimas, mas foi reconhecido por Agnísio, sobrevivente do ataque.

Durante as investigações, a Polícia Civil encontrou evidências na residência do ex-militar, incluindo o par de sandálias usado por Aparecida e estojos de munições deflagradas no assassinato.

Os depoimentos do ex-soldado à polícia e de sua esposa corroboraram a confissão dos crimes, consolidando o desfecho do julgamento que chocou a população de Maceió pela brutalidade dos atos cometidos.