Política

Deputados Estaduais cobram instalação da CPI da Braskem no Senado

A mineração irresponsável feita pela Braskem foi a pauta central da sessão desta terça-feira (05) na Assembleia Legislativa

Por 7Segundos 06/12/2023 15h03 - Atualizado em 06/12/2023 15h03
Deputados Estaduais cobram instalação da CPI da Braskem no Senado
Assembleia Legislativa de Alagoas - Foto: Reprodução

Parlamentares da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) cobraram, nesta terça-feira (5), a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado Federal para investigar o desastre ambiental provocado pela Braskem em bairros de Maceió.

O tema foi levantado pelo deputado Cabo Bebeto (PL), que também pediu punição para todos os agentes públicos que, durante décadas, teriam permitido a mineração na capital alagoana.

Vários deputados pediram para discutir. Ronaldo Medeiros (PT) questionou o receio de alguns senadores com a realização de uma CPI. Também citou o acordo que a empresa fez com a Prefeitura de Maceió, na ordem de R$ 1,7 bilhão. "Quanto desse dinheiro foi destinado a uma vítima?", questionou.

Delegado Leonam (União Brasil) afirmou que "existe a responsabilidade por ação e a responsabilidade por omissão; é inegável a responsabilização civil administrativa e criminal da empresa Braskem". O deputado lembra que neste 5 de dezembro Maceió completa 208 anos sem ter o que celebrar.

Doutor Wanderley (MDB) defendeu a participação do senador Renan Calheiros (MDB) na CPI. "Renan teve a coragem de nacionalizar a discussão, utilizar esse assunto que é muito grave e não estava tendo devido destaque nacional", afirmou o deputado, lembrando que Renan Calheiros, quando foi deputado estadual, posicionou-se contrário à instalação da Braskem. "Aproveito para fazer um apelo para que partidos políticos indiquem seus membros para a CPI", encerrou o parlamentar.

Bruno Toledo (MDB) também defendeu a participação ativa de Renan Calheiros na CPI. Irmão do senador, o deputado Remi Calheiros (MDB) também defendeu o histórico de Renan por Alagoas em sua carreira política. "Ele solicitou a abertura de uma CPI apontando todos os responsáveis pelo grave acidente. Tem que ter a coragem e a mesma determinação que o senador teve quando foi relator da CPI do Covid, durante a pandemia que matou centenas de milhares de brasileiros". Remi encerrou afirmando que todos os investigados considerados culpados, não importa o nome, terão que pagar pelos crimes.

Alexandre Ayres (MDB) destacou que a principal função do Poder Legislativo é defender as pessoas que foram prejudicadas, alertando para o fato de Maceió não ter um plano de contingência, dando como exemplo a expulsão recente de pessoas da região do Flexal.

Cibele Moura (MDB) cobrou união de esforços para a superação do problema. "Precisamos pensar nas vítimas, antes de qualquer coisa, hoje precisamos olhar pelas pessoas", disse a deputada.

Francisco Tenório (PP) lembrou da chegada da empresa em Maceió. "A Braskem sabia, sim, que haveria o perigo, pensando na ganância financeira, pensando no lucro, e cabe às forças policiais a abertura de inquérito contra a empresa", disse o deputado, ressaltando que a empresa tem, entre seus donos, a antiga Odebrecht e a Petrobras, do Governo Federal.

"Hoje existem três situações de guerra no mundo. Rússia contra Ucrânia, israelenses contra palestinos na faixa de Gaza e a tragédia em Maceió", encerrou o deputado.