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Ausência de sistema de transporte público integrado dificulta mobilidade na Região Metropolitana de Maceió (RMM)

o crime da Braskem fez muita gente deixar a cidade-polo Maceió e ir morar em outras localidades

Por 7segundos com assessoria 08/01/2024 14h02
Ausência de sistema de transporte público integrado dificulta mobilidade na Região Metropolitana de Maceió (RMM)
Mobilidade na Região Metropolitana de Maceió - Foto: reprodução

Sem planejamento e com a opção precária de deslocamento rodoviário, a mobilidade por transporte público entre os 13 municípios que formam a Região Metropolitana de Maceió (RMM) é uma das carências mais graves tratadas pelos especialistas do Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI). Além disso, o crime da Braskem fez muita gente deixar a cidade-polo Maceió e ir morar em localidades como Rio Largo, Marechal Deodoro, Satuba e outras que compõem a RMM.

Debruçados sobre o tema, os especialistas do PDUI trabalham para indicar saídas e o time de mobilidade com o mínimo de opções.
“A Região Metropolitana de Maceió depende dos modos de transporte rodoviários, sobretudo de veículos motorizados individuais. O sistema de transporte intermunicipal opera de maneira bastante informal, apesar de ser regulamentado.

O transporte por trilhos existente é importante (inclusive pela passagem ser barata), porém encontra-se com a demanda muito prejudicada por uma interrupção no trajeto, causada pelo bloqueio do trecho entre as estações Bebedouro e Bom Parto em decorrência do afundamento do solo na área, provocado pela Braskem”, explica Renan Silva, um dos especialistas do PDUI responsáveis pelos estudos de mobilidade intermunicipal.

Renan Silva também lembra que além do impacto sobre o transporte ferroviário, a RMM também teve importante trecho da malha viária comprometido, e não redirecionou, de forma planejada, as famílias que foram obrigadas a deixarem suas casas.
"Isso gerou deslocamento forçado de dezenas de milhares de pessoas para bairros afastados das principais centralidades, fazendo muitas pessoas deixarem a cidade-polo, Maceió, e ir morar em outros locais como Rio Largo, Marechal Deodoro e Satuba, por exemplo. É desses municípios que vem boa parte das pessoas que trabalham e estudam na capital alagoana", esclareceu o especialista.

Conforme dados dos estudos produzidos pelos especialistas do PDUI, Maceió concentra a maior atração sobre as demais cidades, com oferta de emprego, educação, lazer, compras e serviços de saúde. Já Rio Largo, é o principal município da RMM gerador de viagens, com moradores saindo para outros municípios para exercerem suas atividades diárias.

"A RMM precisa estruturar um sistema de transporte integrado, valorizando o transporte público coletivo, com pedestres e ciclistas. Além disso, também é primordial melhorar a acessibilidade, que é a oferta de oportunidades onde as pessoas moram. Nesse contexto, o PDUI da RMM tem a importante tarefa de contribuir com o planejamento necessário para que esses objetivos sejam alcançados", finalizou Renan Silva.