Polícia

SSP deflagra megaoperação contra organizações criminosas em AL e mais 16 estados

Integrantes são acusados de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro

Por 7Segundos, com Ascom 01/02/2024 08h08 - Atualizado em 01/02/2024 10h10
SSP deflagra megaoperação contra organizações criminosas em AL e mais 16 estados
Ação da Polícia Civil - Foto: Ascom/ Polícia Civil

Uma megaoperação foi deflagrada nessa quinta-feira (1°) com o objetivo de prender integrantes de duas organizações criminosas que movimentaram cerca de R$ 300 milhões com tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros crimes em Alagoas e mais 16 estados.

As investigações identificaram dois casais, um deles alagoano e outro paraense, que eram responsáveis pelo tráfico de drogas em larga escala em Alagoas. A partir disso, o trabalho investigado conseguiu identificar ramificações em todos os estados alvos da operação

Coordenada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL), a operação foi denominada Hades e é fruto de um trabalho investigativo realizado em 2021 pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), da Polícia Civil de Alagoas, e a própria SSP.

Ao todo, estão sendo cumpridos 79 mandados de prisão e 228 de busca e apreensão nos estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina e São Paulo.


Os mandados foram expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital de Alagoas, após parecer favorável do Gaeco, do Ministério Público de Alagoas, com base nas provas técnicas apresentadas pela Dracco.

Como as organizações atuavam


À medida que houve progresso nas investigações, foi possível identificar também os criminosos que atuavam na origem do tráfico como fornecedores e as pessoas que atuavam como fornecedores de drogas para os líderes das duas organizações criminosas investigadas.

Segundo a investigação, os dois casais fazem parte da cúpula de duas grandes organizações criminosas que atuam no Rio de Janeiro e no estado do Pará.

A organização criminosa que era liderada por um alagoano atuava principalmente em Maceió, no bairro da Levada e adjacências. Porém, ele também realizava a distribuição de drogas para outros municípios de Alagoas onde há predominância da facção criminosa que o indivíduo integra.


Também ficou constatado ao longo da investigação que os fornecedores dessa droga que abastecia o mercado alagoano eram do estado de São Paulo. Eles recebiam as drogas do Mato Grosso do Sul, estado que faz fronteira com Paraguai e Bolívia, que são grandes produtores de drogas.

Já a segunda organização criminosa alvo da operação de hoje, era liderada por um homem natural do Pará, mas que morou muito tempo em Alagoas. Por conta desse laço pessoal com o estado, ele estabeleceu o comando do tráfico de drogas em bairros da área nobre da cidade, como Ponta Verde, Jatiúca, Pajuçara, Mangabeiras e Jacarecica. Esse indivíduo também estava à frente de atividades ilícitas no Pará.

A droga que era vendida por este grupo criminoso tinha como origem fornecedores do estado do Amazonas, que faz fronteira com a Colômbia e o Peru, primeiro e segundo maiores produtores de cocaína do mundo, respectivamente.

Vida de luxo oriunda do tráfico de drogas


Apesar das duas organizações criminosas atuarem de forma independente, ambas tinham pontos em comum, como membros que pertenciam às mesmas facções criminosas de âmbito nacional e um esquema muito sofisticado de lavagem de dinheiro.

A investigação conseguiu detectar que os dois grupos utilizavam esquemas de lavagem de capitais, com a utilização de empresas de vários segmentos, como peixarias, de aluguel de veículos, de manutenção de automotores, depósitos de bebidas, de transportes de cargas, dentre outras. Além disso, ficou comprovado o uso frequente de contas bancárias de pessoas próximas e outras identificadas como laranjas, a fim de movimentar grandes quantias de dinheiro de forma ilegal.

Nesse contexto, foram verificadas movimentações financeiras de mais de R$300 milhões de reais em contas bancárias, que foram analisadas ao longo da investigação. Muitos dos membros das duas organizações criminosas investigadas ostentavam um elevado padrão de vida, com viagens, também utilizavam veículos e outros bens de luxo, além de possuírem residências e apartamentos em condomínios de alto padrão.


É importante destacar que boa parte dos alvos da operação possui antecedentes criminais, inclusive, por crimes da mesma natureza dos que são objeto nesta operação. Muitos deles possuem processos em aberto na Justiça Federal. Alguns dos investigados também tem mandados de prisão em aberto pela prática de outros delitos.

Significado do nome da operação


A operação foi denominada de Hades em referência ao deus da mitologia grega, também chamado de deus da riqueza. Além de seu grande poder, o ser mitológico possuía todos os metais preciosos do planeta.