Meio ambiente

Ponte causa impasse entre bugueiros e proprietários de terreno em Maragogi

Impasse segue há duas semanas na cidade litorânea

Por Maurício Silva 19/10/2018 16h04
Ponte causa impasse entre bugueiros e proprietários de terreno em Maragogi
Ponte de madeira foi interditada e causa impasse em Maragogi - Foto: Isac Silva/7Segundos

Uma ponte no sítio Corre Água, no município de Maragogi, na região Norte de Alagoas, vem causando um impasse entre os buggueiros e os proprietários do terreno onde as águas do riacho Maceiozinho passam. O equipamento de madeira chegou a ser interditado, mas a passagem foi “liberada” novamente e atualmente a ponte foi cercada por correntes e o sítio cercado com estacas nesta sexta-feira (19).

A ponte centenária que fica no sítio Corre Água foi reformada recentemente pelos proprietários de buggy, mas sem a autorização dos donos do terreno particular e foi então que o impasse começou. Os proprietários entraram em contato com o Instituto do Meio Ambiente (IMA) e o equipamento de madeira foi interditado, mas depois os lacres foram arrancados e a passagem ficou livre e logo depois foi novamente interditada.

A proprietária do terreno, Pauline Braga Resende Melo, ficou surpresa quando viu a ponte reconstruída no terreno. “No dia 5 de outubro nós fomos surpreendidos com umas fotos informando que o sítio além de ter sido invadido, estava com um trator abrindo a estrada e o mais sério: a construção da ponte. Então a gente entrou em pânico porque a gente sabe que crime ambiental resulta em até cadeia. A nossa preocupação de imediato foi denunciar o crime ambiental, antes que a gente fosse acusado”, contou.

Pauline Braga Resende Melo contou o que aconteceu após a denúncia. “Fomos no IMA e eles nos orientaram a registrar um Boletim de Ocorrência da invasão, aí eu fiz. Nesse mesmo dia o IMA veio e interditou na quarta-feira (14). Quando foi na sexta-feira (12), no feriado, para a minha surpresa: os buggys estavam transitando normalmente. Então a gente comunicou mais uma vez ao IMA sobre isso”, informou.

A proprietária ainda espera um diálogo com os proprietários de buggys. “Infelizmente eles agiram como se aqui não tivesse dono e quando nós somos daqui a vida toda. Faltou essa comunicação e a gente foi pego totalmente de surpresa. Nós estamos nos sentido totalmente invadidos e vai priorizar a proteger o que é nosso”, frisou.

O vice-presidente da Associação dos Bugueiros de Maragogi, Sergio Henrique Rocha Silva, contou a versão dele. “Hoje são quase 200 famílias trabalhando, depende disso são 200 famílias e indiretamente só Deus sabe. Os donos fizeram essa interdição. Eu, como todo buqueiro, estou aqui para entrar em negociação para ver se cedem alguma coisa para a passagem dos buggys, para a gente poder trabalhar. Só é isso que a gente quer. Pedimos para que eles se sensibilizem com o nosso trabalho, que a gente vem sofrendo”, contou.