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Como se divertir mesmo quando seu time não joga

Por 7Segundos 11/11/2021 10h10
Como se divertir mesmo quando seu time não joga
Como se divertir mesmo quando seu time não joga - Foto: Divulgação

Imagine que um extraterrestre desceu na Terra e resolveu perguntar justo para você por que, afinal, os humanos assistem uma partida de futebol? O que você responderia? Provavelmente tentaria explicar que cada terráqueo tem um time, escolhido por motivos que a razão desconhece, e que assistimos para torcer por esse clube do coração.

Mas em vez de se dar por satisfeito, o ET curioso questiona por que você também vê jogos de outras equipes? E aí você vai ter mais trabalho com a resposta. Como explicar que o esporte é divertido, mesmo quando sua equipe não está em campo? Quais os motivos que levam as pessoas a passar noventa minutos na frente da TV, mesmo sem qualquer ligação emocional?

Nosso amigo alienígena precisará assimilar algumas nuances da paixão futebolística. Além do clube que você ama, há os que você odeia. Os rivais tradicionais, as agremiações da modinha, os pernósticos de sempre... motivos não faltam. Quando você acompanha um jogo deles, você torce contra. Que ainda é torcer, mas com o sinal trocado.

E mesmo com as emoções em ponto morto, ver um jogo de futebol pode ser divertido. Já criaram a expressão ‘alerta de pênaltis’, que serve para avisar aos amigos que há uma disputa em andamento na TV. E não é do seu clube, porque nesse caso ninguém precisaria te avisar. Surge então um certo humor ferino, no qual você extrai prazer de um fracasso alheio. Muitos camaradas gostam de apostar quem vai perder, como forma de potencializar o entretenimento às custas do sofrimento de outras pessoas.

E nem é necessário pênaltis! Uma tarde com os colegas vendo o jogo de domingo traz infinitas possibilidades de prognósticos. E um bom site de apostas esportivas pode ajudar na brincadeira. Ele não apenas oferece ideias de disputas entre os times – quem faz o primeiro gol, quem consegue o próximo escanteio, quem chuta bola na trave – mas também coloca uma cotação para cada evento. Cacifar ou não é uma decisão pessoal.

Outro motivo – esse mais nobre – para se ver uma partida é a qualidade da mesma. Sua equipe pode estar em uma draga danada, apanhando da bola e, convenhamos, essa é uma situação dura de acompanhar. Ver um time que trata bem a gorduchinha é um conforto para uma alma boleira, um raio de esperança de que, um dia, os pernas-de-pau do seu time vão conseguir entregar essa magia para você. Sonhar é de graça.

Tem até quem ligue a televisão para curtir a narração. Alguns profissionais da voz, especialmente os mais tarimbados, têm bordões divertidíssimos. Milton Leite é impagável como seu “Que beleeeeza” proferido quando o centroavante dá uma canelada na bola, mandando o chute na arquibancada. Everaldo Marques celebrizou o “Você é ridículo” para celebrar um jogador excepcional. Algo parecido ao que João Martins faz com seu “É um deboche”. Deve ser difícil para o nosso Alien assimilar esses conceitos, mas é para isso que ele tem a cabeça grande.

Há também os caçadores de treta, os telespectadores que procuram especificamente os jogos problemáticos. Clube grande precisando vencer para não cair para a Segundona.
Técnico badalado balançando
pelos maus resultados recentes. Artilheiro falastrão que prometeu marcar gol e comemorar com a torcida adversária. Todas essas situações são um tempero – especificamente pimenta – para o espetáculo.

Com todas essas explicações, nosso simpático alienígena provavelmente decidiu que é melhor voltar para seu planeta natal, em algum lugar da constelação de Órion. Mas se você teve sucesso e conseguiu fazê-lo entender por que assistimos tanto futebol, mesmo quando não são nossos times... parabéns. Agora é só repetir a dose com milhões de terráqueos que fazem a mesma pergunta há muitos anos.