Política

Membros do governo de transição já falaram mal de Lula no passado; veja declarações

Presidente eleito recebeu críticas de políticos como Simone Tebet e André Janones e do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin

Por R7 18/11/2022 10h10
Membros do governo de transição já falaram mal de Lula no passado; veja declarações
Lula - Foto: Eraldo Peres/AP

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), escolheu para o seu governo de transição políticos que já o criticaram anteriormente. A maior parte dos ataques aconteceu por causa dos escândalos de corrupção registrados nas duas primeiras passagens do petista à frente do Palácio do Planalto.

Um dos que reprovaram Lula é o vice-presidente eleito e coordenador-geral da equipe de transição, Geraldo Alckmin (PSB). Em 2017, quando o petista e o então tucano cogitavam concorrer à Presidência da República, Alckmin disse que Lula queria "voltar à cena do crime".

"Depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer voltar ao poder, ou seja, ele quer voltar à cena do crime. Nós o derrotaremos nas urnas. Lula será condenado nas urnas pela maior recessão da história".(GERALDO ALCKMIN (PSB), VICE-PRESIDENTE ELEITO).

Quem também explorou os casos de corrupção foi a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, convidada para participar do grupo técnico de meio ambiente.

Em entrevistas a veículos de imprensa em 2018, ela disse que Lula "se perdeu completamente quando chegou ao poder e transformou todo aquele processo num projeto de poder pelo poder".

"O presidente Lula, lamentavelmente, se desconectou da própria história e trajetória. Não dá para achar que não existe crime quando alguém devolve R$ 100 milhões". (MARINA SILVA, EX-MINISTRA DO MEIO AMBIENTE).

O passado de corrupção de Lula também foi criticado pela ex-senadora Kátia Abreu, escolhida para o grupo técnico de agricultura, pecuária e abastecimento. Em 2008, ao reclamar do discurso do petista na inauguração de um projeto em Dianópolis (TO), ela ressaltou que o atual presidente eleito gostava de "pregar mentiras para atacar a oposição e desviar a atenção da imprensa e da opinião pública dos escândalos" relacionados ao governo dele.

"Lula não tem controle nenhum sobre o uso do dinheiro público: mais de 170 escândalos de corrupção em seu governo, contra uma média de 30 registrados em outros governos".( KÁTIA ABREU, INTEGRANTE DO GRUPO TÉCNICO DE AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO).

Na ocasião, ela também disse que Lula elevou em 80% o lucro dos bancos no primeiro mandato dele e não cumpriu com a promessa de criar 10 milhões de emprego formais. "O presidente Lula se contradiz quando atribui à oposição um comportamento que lhe é peculiar: promete aos pobres durante as eleições e depois governa para os ricos".

A senadora Simone Tebet (MDB-MS), que disputou a eleição presidencial deste ano e vai participar do grupo técnico de desenvolvimento social e combate à fome, criticou a forma como Lula potencializou, ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL), a polarização da sociedade brasileira.

"Não é uma eleição que dá para apostar no menos pior. 'Eu vou eleger A porque não quero B' ou 'Eu vou eleger B porque não quero A'. O que está em jogo são os próximos quatro anos". (SIMONE TEBET, INTEGRANTE DO GRUPO TÉCNICO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME).

"Eleger o menos pior significa ter que enfrentar as dificuldades da miséria, da desigualdade, da fome, da falta de emprego, da falta de remédio no posto, da falta da qualidade do ensino, diante de um governante que não só não representa você como também não tem as melhores propostas para o Brasil", afirmou Tebet durante uma sabatina na Record TV, em setembro.

O deputado federal reeleito André Janones (Avante-MG), que apoiou Lula no pleito deste ano e estará no grupo técnico de comunicação social do governo de transição, disse em março que Lula estava ultrapassado.

"Não discuto números. A negação da realidade nunca é o melhor caminho. Considero absolutamente ultrapassado. Resumiria Lula assim: tchau, muito obrigado pelo que fez, poderia ter sido muito melhor — poderíamos ter explorado muito melhor o cenário internacional naquele momento", afirmou, em entrevista a um jornal de Minas Gerais.