Saúde

Em seis meses, Brasil já registra 130% mais mortes por dengue

Foram 585 óbitos de janeiro a 20 de junho contra 246 nos 12 meses de 2021, segundo Ministério da Saúde.

Por Agência Estado 27/06/2022 15h03 - Atualizado em 27/06/2022 16h04
Em seis meses, Brasil já registra 130% mais mortes por dengue
Em seis meses, Brasil já registra 130% mais mortes por dengue - Foto: Reprodução

Em menos de seis meses, o Brasil já registrou bem mais que o dobro de mortes por dengue do que em todo o ano passado, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados na sexta-feira (24). Foram 585 óbitos de janeiro a 20 de junho de 2022, ante 246 nos 12 meses de 2021, aumento superior a 130%.

O número já é maior também do que em todo o ano de 2020, quando a dengue matou 574 pessoas. Em 2019, houve 840 mortes. O número de casos neste ano aumentou 196% em relação a igual período do ano passado, chegando a 1.143.041 em todo o país. A incidência é de 550 casos por 100 mil habitantes. A doença é transmitida pela picada do Aedes aegypti.

O estado de São Paulo lidera em número de mortes, com 200 óbitos, segundo o ministério — a Secretaria de Saúde do estado aponta 198. O número é quatro vezes maior que os 52 óbitos registrados no mesmo período do ano passado e quase o triplo do total de mortes em 2021, quando houve 71 óbitos.

Segundo estado em número de mortes, Santa Catarina teve 66 registros. Por região, o Centro-Oeste tem a maior incidência, com 1.585,2 casos por 100 mil habitantes, seguido pela região Sul, com 968,4 casos por 100 mil pessoas. O estado de São Paulo tem o município com maior incidência de dengue no Brasil: Araraquara, com 13.765 casos, taxa de 5.722 casos por 100 mil habitantes.

Com 240 mil habitantes, Araraquara já registrou 17 mortes por dengue neste ano. De acordo com o InfoDengue, sistema de monitoramento da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), a cidade está em alerta vermelho. A alta incidência levou a prefeitura a criar um centro de atendimento exclusivo para essa doença no hospital de campanha, que funciona diariamente, incluindo fins de semana e feriados, das 7 às 19 horas.

Também foi criada uma sala de situação para acompanhar diariamente a evolução dos casos e traçar ações de combate ao mosquito transmissor. Em média, os agentes de combate a endemias visitam 30 mil casas por mês, em busca de criadouros. Também são feitos fumacês, nebulizações, além de mutirões para a retirada de entulhos e material inservível.

Equipes de educação do Controle de Vetores e da Vigilância em Saúde realizam ações educativas em escolas públicas e privadas, com palestras e exposições sobre a dengue. Todas as unidades de saúde estão focadas na identificação e tratamento dos casos, segundo a prefeitura.

Conforme a Secretaria da Saúde, o governo estadual está investindo R$ 10,7 milhões para apoiar prefeituras no controle de dengue, zika e chikungunya, todas transmitidas pelo Aedes aegypti. Os 291 municípios beneficiados foram selecionados com base nos indicadores epidemiológicos e entomológicos. Os recursos serão utilizados em ações de combate à disseminação do mosquito transmissor e monitoramento dos casos notificados.