Arapiraca e ASA: Uma história de progresso e paixão no centenário da Capital do Agreste

Por Erick Balbino/7Segundos |

No próximo dia 30 de outubro, Arapiraca celebrará seu centenário, uma marca histórica que reflete a trajetória de uma cidade que cresceu e se desenvolveu, tornando-se um polo econômico e cultural em Alagoas. 

E nessa caminhada, um capítulo especial dessa história foi escrito através do futebol, com o surgimento da Agremiação Sportiva Arapiraquense, o glorioso ASA, que se tornou um símbolo de orgulho para a população local.

A CHEGADA DA FERROVIA E O NASCIMENTO DO FUTEBOL ARAPIRAQUENSE

Em 1951, Arapiraca ainda era uma jovem cidade com apenas 26 anos de emancipação política. A chegada do engenheiro Camilo Colier, responsável pelas obras da estrada de ferro que ligaria Arapiraca a Palmeira dos Índios, representou um marco importante para o desenvolvimento do município. 

As obras avançavam, e com elas, veio o pedido dos trabalhadores da ferrovia: criar um time de futebol para entretê-los nos dias de folga. Foi assim que nasceu o Ferroviário, com suas cores preta e branca, jogando ao lado da estação e movimentando os domingos da cidade.

O Surgimento do ASA e a Ascensão do Fantasma das Alagoas

  • Com a conclusão da estrada de ferro, o Ferroviário foi desfeito, mas a paixão pelo futebol já estava arraigada nos corações arapiraquenses. No dia 25 de setembro de 1952, o empreendedor Antônio Rocha fundou a Associação Sportiva de Arapiraca (ASA), herdeira das cores do Ferroviário e pronta para representar Arapiraca no cenário esportivo. No ano seguinte, o ASA estreou no Campeonato Alagoano de Futebol Profissional e, de forma surpreendente, sagrou-se campeão, ganhando a fama de "o time que já nasceu campeão".

    Nas décadas de 1960 e 1980, o ASA tornou-se conhecido como o "Fantasma das Alagoas", por suas excursões pelo Nordeste, onde "assombrava" times tradicionais e conquistava vitórias marcantes.

  • Mas a história alvinegra tem grandes passagens. Os torcedores do ASA têm que se orgulhar dos títulos e dos momentos de glória que marcam a trajetória. Um deles foi registrado no ano de 1973, quando Mané Garrincha defendeu o ASA durante partida.

    Naquele ano, Mané foi a Alagoas para disputar dois jogos amistosos de clubes do estado. Um deles foi o ASA, o outro, o CSA. A partida foi disputada no dia 22 de setembro de 1973, contra o CSA, e um dos maiores craques da história vestiu a camisa preta a branca.

A cidade de Arapiraca e o ASA sempre estiveram em sintonia, com a torcida local abraçando o time como símbolo de sua identidade. O ASA, por sua vez, retribuiu com grandes conquistas, como a memorável campanha no Campeonato Brasileiro de 1979 e o pentacampeonato estadual na primeira década dos anos 2000. O ano de 2009 marcou a histórica "Batalha do Acre", que garantiu o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro e consolidou o ASA como um dos principais clubes do Nordeste.

Hoje, Arapiraca comemora seu centenário com orgulho, lembrando das vitórias e dos desafios que moldaram a cidade e seu time. Embora o ASA não viva seu melhor momento dentro de campo, a paixão da torcida e o apoio da gestão municipal são sinais de que o Fantasma de Alagoas ainda tem muitas histórias para contar.

Neste centenário, Arapiraca celebra o progresso de uma cidade que se tornou referência em Alagoas e também a paixão de um povo que encontrou no ASA um motivo de orgulho e uma representação fiel de sua força e determinação. Que os próximos 100 anos tragam ainda mais conquistas e alegrias para a terra de Manoel André e para seu querido time alvinegro.

Esta matéria faz parte de uma série especial em comemoração aos 100 anos de emancipação política de Arapiraca. Ao longo das próximas edições, continuaremos a explorar os elementos que moldaram a história e a identidade desta cidade que, sem dúvida, é um marco no desenvolvimento do Agreste alagoano.