No dia 30 de outubro, Arapiraca, coração do Agreste alagoano, celebra seu primeiro centenário. Mais que uma cidade em constante desenvolvimento, Arapiraca carrega em seu nome e história a marca de uma árvore singular: a arapiraca. Essa árvore, que dá nome à cidade, simboliza a força e a resistência de um povo que, ao longo de 100 anos, construiu uma das mais importantes cidades de Alagoas.
A arapiraca é uma espécie nativa da região, pertencente à família das mimosáceas. De porte médio, suas folhas pequenas e flores discretas não a destacam em exuberância, mas sim em sua capacidade de se adaptar às condições adversas do semiárido nordestino. A resistência da árvore, que cresce em solos áridos e pouco férteis, é vista como uma metáfora da resiliência dos moradores de Arapiraca, que enfrentam desafios e adversidades com determinação.
Quando Manoel André Correia dos Santos, fundador de Arapiraca, chegou à região em 1848, foi justamente à sombra de uma dessas árvores que ele decidiu fixar sua morada. Na época, a árvore era comum nas paisagens locais, mas foi o espírito visionário de Manoel André que reconheceu na arapiraca o símbolo de um futuro promissor. A escolha do nome da cidade foi uma homenagem a essa árvore, que, assim como a comunidade nascente, mostrava-se forte e resistente.
Ao longo dos anos, a árvore arapiraca tornou-se um emblema da cidade, presente em brasões, símbolos municipais e na memória afetiva de seus habitantes. Sua resistência ao clima árido do Agreste reflete a determinação do povo arapiraquense em transformar um ambiente desafiador em um centro de progresso e desenvolvimento econômico. Essa árvore, que inicialmente ofereceu sombra e abrigo ao fundador, hoje representa a raiz de uma cidade que, mesmo diante das dificuldades, floresceu.
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Arapiraca, que nasceu como uma pequena vila em meados do século XIX, cresceu significativamente ao longo do século XX, especialmente a partir da década de 1940, com a explosão da cultura do fumo. A produção de tabaco tornou-se a principal atividade econômica da região, alavancando o crescimento populacional e a urbanização. Contudo, apesar da urbanização e do avanço do progresso, a árvore arapiraca permaneceu como um símbolo perene da cidade.
No centro da cidade, onde se encontra a Praça Manoel André, uma réplica da árvore foi plantada em homenagem ao fundador e ao passado rural de Arapiraca. Este gesto simbólico reforça a conexão da comunidade com suas raízes e a importância de preservar a memória histórica, mesmo diante da modernização. A árvore arapiraca, por mais simples que possa parecer, encapsula a essência da cidade: resistência, adaptação e crescimento.
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Hoje, Arapiraca é uma cidade vibrante, conhecida como a “Capital do Agreste”. Sua economia diversificada inclui comércio, serviços e, mais recentemente, o turismo, que cresce à medida que a cidade se destaca como um polo regional. Apesar das mudanças, a identidade de Arapiraca continua enraizada na força da árvore que lhe deu nome. Cada centímetro de crescimento da cidade reflete a força simbólica daquela árvore, que um dia proporcionou abrigo e inspiração ao fundador.
Neste centenário, a celebração da árvore arapiraca vai além de uma simples homenagem. Ela é um reconhecimento da importância das raízes culturais e históricas para a construção de um futuro próspero. Ao comemorar seus 100 anos, Arapiraca reafirma seu compromisso com a preservação de sua identidade, marcada pela força e resiliência de uma árvore que, mesmo pequena, gerou frutos imensos.
Atualmente, a Prefeitura de Arapiraca mantém um projeto que tem o objetivo de reflorestar a cidade com mudas da árvore. O Programa Arapiraca Verde concede, gratuitamente, as plantas no Viveiro Municipal José Raimundo Silva, localizado no Centro Administrativo Antônio Rocha.
Para receber uma muda, é só ir até o local, de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h.
Além de ser uma marca temporal, o centenário de Arapiraca é um momento de reflexão sobre o quanto a cidade cresceu e o que ainda está por vir. E, assim como a árvore que resistiu às adversidades do Agreste, Arapiraca continuará crescendo e se adaptando, sem nunca esquecer suas raízes profundas fincadas na terra árida, mas fértil, do interior de Alagoas.
Esta matéria faz parte de uma série especial em comemoração aos 100 anos de emancipação política de Arapiraca. Ao longo das próximas edições, continuaremos a explorar os elementos que moldaram a história e a identidade desta cidade que, sem dúvida, é um marco no desenvolvimento do Agreste alagoano.