Alguns dias após a vitória de Beto Baia para a Prefeitura de União dos Palmares, no ano de 2012, em uma eleição polarizada contra o ex-governador Manoel Gomes de Barros, fui convidado para conceder uma entrevista exclusiva na Rádio Farol em FM, cujo âncora era o radialista Hermes Marques. O conteúdo da entrevista era basicamente de como o prefeito recém-eleito iria enfrentar os grandes desafios e o que os palmarinos poderiam esperar da nova administração.

Após responder a primeira pergunta, o referido radialista me me fez uma indagação inteligente, interessante e oportuna: "Como o prefeito Beto Baia deveria escolher seu secretariado, quais os critérios que ele deveria adotar e como fazer para ter sucesso em sua reeleição?"

Afirmei que Beto Baia teria que ter o discernimento, a percepção, a sabedoria e visão política na hora de escolher seus secretários e assessores diretos. Teria que adotar dois critérios importantíssimos para administrar bem: o primeiro é que, o secretário teria que ser técnico e ao mesmo tempo político; não adianta ele ser somente técnico e não ser político ou vice-e-versa. Um não funciona sem o outro, um depende do outro, isso vale para aqueles que exercem o mandato no âmbito do executivo. A escolha terá de ser meritocrática, técnica e política.

Outro fator por demais importante para que o prefeito possa se manter no poder, é cumprir com pelo menos 70% das promessas assumidas em praça pública e, principalmente, honrar com os compromissos com o funcionalismo, pagando-o rigorosamente em dia. Para administrar com êxito e segurança, terá que governar com austeridade, ter poder de decisão e poder de mando.

Baia chegou ao poder nos braços do povo. Ele era uma unanimidade, considerado à época, o salvador da pátria, a redenção, a 'bola da vez', o homem que iria resolver todos os problemas - especialmente econômicos e sociais -, da cidade, mas, como não seguiu as regras da boa política, hoje, amarga o isolamento político.

Além de tudo isso, é necessário também que o prefeito prestigie sua base política, oxigenando-a, ampliando seu grupo político com critérios, é claro. Sem esses detalhes, sem essas ações, certamente ele vai fracassar, terá vida política curta e poderá, a qualquer momento, cair no ostracismo político. Ou o prefeito prestigia suas bases, as lideranças políticas, principalmente aqueles que abraçaram e estiveram de corpo e alma na campanha eleitoral, caso contrário, o prefeito e sua administração não chegarão a lugar nenhum e foi, justamente, o que ocorreu com o ex-prefeito Beto Baia.

Como o 'combustível' da política é o voto, consequentemente, o político sobrevive de votos e, para conquistar votos, é preciso que, além de outros fatores, ter em sua equipe assessores - tanto no alto quanto no baixo escalão - que tenham a capacidade técnica para exercer e desenvolver sua função com sucesso e que sejam habilidosos para conquistar votos.

Portanto, é preciso que o prefeito tenha muita sabedoria e cuidado na hora de escolher seu secretariado, seus assessores, principalmente, aqueles que irão exercer cargos importantes na administração municipal.