É claro e evidente que a invasão da Rússia à Ucrânia não teria como motivo apenas a possível entrada desse país no bloco dos países que integram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) - um grupo composto por trinta países sob a liderança dos EUA - esse, seria sim, o principal motivo, mas não o único. É claro que por trás dessa invasão existem outros interesses.

A entrada da Ucrânia num bloco hostil à Rússia, a possibilidade desse país se nuclearizar, o sentimento de estar cercado, a expansão da Otan, deixaria a Rússia encurralada e isso levaria esse país ao isolamento geopolítico e a ficar refém dos países que compõem essa organização. Para Putin, tudo isso acarretaria na hegemonia cada vez mais forte dos EUA no mundo - especificamente na Europa -, essas seriam ‘justificativas’ para a invasão russa.

A Rússia teme ver seu poderio na região ameaçado pelos países integrantes dessa organização, porque geopoliticamente seria um ponto estratégico para esses países isolar a Rússia da Europa, tendo a Ucrânia como aliada.

Outro detalhe é que, Vladimir Putin deseja que a Rússia seja vista como um país temido e respeitado e, para ter sua popularidade em alta - ninguém sabe até quando - Putin sempre estaria alimentando conflitos. Existe, na realidade, uma disputa, uma 'guerra' entre as superpotências - EUA e Rússia -, pela hegemonia mundial. 

Existe um acordo entre os países integrantes da Otan, onde nenhum integrante dessa organização poderá ter sua soberania desrespeitada, ou seja, nenhum desses países poderá ser invadido ou sofrer ações militares.

Não custa nada lembrar que, entre os anos de 1994 a 1996, a Ucrânia detinha um poderoso arsenal nuclear, - o terceiro maior do mundo - mas, após assinar o tratado de Budapeste, a Ucrânia entregou as armas nucleares em troca de um acordo de paz, integridade territorial, reconhecimento como país independente e da garantia de nunca ser invadida ou ameaçada. A Ucrânia acreditava que esse memorando fosse cumprido mas que, na realidade, foi desrespeitado pela Rússia.

Provavelmente, com o passar do conflito e com as duras sanções econômicas impostas pelos países da Otan, Putin poderá cometer mais crimes e atrocidades, onde ele passa a entrar num processo de destruição que vai arrastar todos que estiverem ao seu lado.

Outro detalhe importante que, os magnatas russos estão tendo perdas consideráveis devido as sanções econômicas impostas pela Otan, isso poderá ensejar um descontentamento da população a Putin, e a Rússia sofrer recessão, desemprego, alta inflacionária, e o governo russo ficar desestabilizado, enfraquecido politicamente.

O fato é que Putin terá perdas irreparáveis nesse conflito, tanto política como diplomaticamente falando, naquilo que ele pensou como resultado de guerra. Vladimir Putin está sendo cercado por todos os lados e, provavelmente, sairá enfraquecido perante a opinião pública mundial e, evidentemente, em seu próprio país.