Blog do Roberto Ventura
A grande pergunta é: por que políticos corruptos na maioria das vezes conseguem se eleger, reeleger e eleger seu sucessor?

Começo citando um adágio popular muito mencionado na administração do então governador de São Paulo, Paulo Maluf: o ‘rouba, mas faz’. Esse assunto sempre vem à tona no momento em que políticos - principalmente no exercício do mandato -, são acusados de práticas de corrupção.
Quais os motivos que levam políticos envolvidos em falcatruas, corrupção, investigados, presos e condenados sendo manchete nos principais noticiosos do país conseguem, mesmo assim, se eleger, reeleger e na maioria das vezes eleger seu sucessor? Os motivos são os mais diversos.
São vários exemplos, mas vamos aproveitar o momento e citar o caso do prefeito afastado da cidade de Rio Largo Gilberto Gonçalves. Esse município é constituído em sua maioria por uma população carente que vive em estado de extrema pobreza e, consequentemente, da prática assistencialista. E é aí onde entra em cena a figura de Gilberto Gonçalves, o prefeito ‘paizão’, assistencialista, protetor, defensor de seu povo e, aproveitando-se da fragilidade e necessidade de sua gente, surgi como o salvador da pátria nos momentos de dificuldades, as quais foram e são criadas pela própria administração.
Rio Largo é caracteristicamente conhecida como uma cidade que em sua história traz consigo a marca de prefeitos corruptos, - com raríssimas exceções, é claro -. Gilberto tenta de maneira oportunista e desprezível encobrir a banda podre de sua administração praticando o assistencialismo, o apadrinhamento, passando a imagem do prefeito protetor, realizador, aquele que constrói, que faz, um verdadeiro canteiro de obras ambulante.
Gilberto Gonçalves tem se aproveitado da fé e da religião para posar de bom moço. Em suas aparições nas mídias sociais ele demonstra seu convívio e intimidade com os religiosos, onde, na verdade, seu objetivo maior é ganhar espaço e visibilidade, porque, é nesse seguimento que está localizado grande parte de seu eleitorado.
O fato é que, as pessoas não possuem a capacidade e o discernimento necessários para saber escolher o melhor para a sua cidade, seu estado e seu país, analisar o passado e o presente dos candidatos, na verdade, para elas o que importa é que sejam amparadas pelo famigerado e desenfreado assistencialismo implantado por governos corruptos e mal-intencionados.
Gilberto usa muito bem - diga-se de passagem -, as mídias sociais, mas, eu não diria que a resposta esteja tão somente nesse seguimento, mas, também, no estado de necessidade em que vive o povo rio-larguense e, por isso, na hora de decidir, de votar, infelizmente escolhe os mais nocivos à população.
Por isso, temendo perder os benefícios e a ‘parceria’ com a prefeitura, o medo e a incerteza do futuro, o eleitor prefere não arriscar e a optar por políticos descompromissados com políticas públicas, com a seriedade, com a transparência, com a meritocracia e, em contrapartida, compromissados com a roubalheira e a corrupção.
O eleitor pensa da seguinte maneira: como os prefeitos que por aqui passaram praticaram atos de corrupção e pouco fizeram pela gente e pela cidade, esse pelo menos fez e faz alguma coisa pelo município e pelos mais carentes; e aí surge a figura de Gilberto Gonçalves como o salvador da pátria, ganhando a confiança dos menos esclarecidos e necessitados, conseguindo se eleger e reeleger em uma das mais importantes cidades de Alagoas.
Daí se conclui que: mesmo trazendo em seu currículo um rosário de práticas delituosas - de acordo com várias investigações policiais -, Gilberto Gonçalves tem conseguido seus objetivos na política rio-larguense apostando na fragilidade social, mental e intelectual de grande parte o povo daquela cidade.
Sobre o blog
Roberto Ventura: Bel. em Ciências Sociais ( Cientista Político), Jornalista, Radialista, Pós-graduado em Assessoria de Comunicação e Marketing, cursou Marketing Político, Ex-Arbitro de Futebol Profissional
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