Mesmo que, nos últimos anos, mais mulheres tenham ganhado espaço no mundo das artes, a disparidade de gênero ainda é algo muito marcante no cenário cultural. Seja na diferença salarial ou no espaço para se refletir sobre o feminino, o setor segue sendo alvo do machismo estrutural. Pensando nisso, o Metrópoles preparou, neste Dia Internacional da Mulher (8/3), uma lista com ao menos 13 atrizes, escritoras, cantoras e pensadoras quem têm conquistado destaque nos últimos anos.

Pensando em tantas mulheres importantes que compõem nossa sociedade, o time feminino da editoria de entretenimento reuniu grandes divas da arte brasileira que fizeram e fazem história no cinema, na televisão, música e literatura.

Literatura

Daniela Arbex

Daniela Arbex é autora do best-seller Holocausto Brasileiro, reconhecido como Melhor Livro-Reportagem do Ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (2013) e segundo melhor Livro-Reportagem no prêmio Jabuti (2014). A obra foi adaptada para documentário, que está disponível na Netflix.

Em 2015, lançou Cova 312, vencedor do Prêmio Jabuti na categoria Livro-Reportagem (2016). É seu também Todo Dia a Mesma Noite (2018), que narra a história não contada da boate Kiss, e Longe do Ninho, sobre a tragédia no Ninho do Urubu.

Daniela foi eleita a melhor repórter investigativa do Brasil em 2020 pelo Troféu Mulher Imprensa e tem ainda outros 20 prêmios nacionais e internacionais no currículo, entre eles três prêmios Esso e o americano Knight International Journalism Award.

Conceição Evaristo

Conceição Evaristo nasceu numa favela da zona sul de Belo Horizonte. Teve que conciliar os estudos com o trabalho como empregada doméstica. Estreou na literatura em 1990, com obras publicadas na série Cadernos Negros, publicada pela organização.

É mestra em Literatura Brasileira pela PUC-Rio, e Doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense. Suas obras, em especial o romance Ponciá Vicêncio, de 2003, abordam temas como a discriminação racial, de gênero e de classe. Conceição foi a 1ª mulher negra a ganhar Troféu Juca Pato, no ano passado.

Djamila Ribeiro

Djamila Ribeiro nasceu em Santos, em 1980. Mestre em filosofia política pela Unifesp, ela foi secretária-adjunta da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo. Coordena a coleção Feminismos Plurais, da editora Pólen, e é autora de O Que é Lugar de Fala (2017) e Quem Tem Medo do Feminismo Negro? (2018).

Cinema

Petra Costa

Petra Costa é diretora e membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas desde 2018. Estreou no cinema produzindo e dirigindo o curta-metragem Olhos de Ressaca (2009), que levou uma série de prêmios. Elena (2012) foi seu primeiro longa-metragem, seguido por Olmo e A Gaivota.

A cineasta ganhou destaque quando lançou o documentário Democracia em Vertigem (2019), a partir das manifestações a favor e contra a então presidente Dilma Rousseff (PT). O longa entrou para o catálogo da Netflix e foi indicado a categoria Melhor Documentário no Oscar 2020.

Carolina Markowicz

Carolina Markowicz é uma diretora e roteirista paulistana. Seu primeiro projeto de destaque foi O Órfão (2018), que lhe rendeu o prêmio Palma Queer no Festival de Cannes.

Em 2022, Carolina dirigiu seu primeiro longa, intitulado Carvão. Em 2023, ela dirigiu Pedágio, o maior filme de sua carreira. O longa foi um dos pré-selecionados para entrar na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar de 2024.

Anna Muylaert

Anna Muyalert é diretora, produtora e roteirista de cinema e televisão, mais conhecida pelos filmes Que Horas Ela Volta?, Mãe Só Há Uma, É Proibido Fumar e Durval Discos. Premiada dentro e fora do país, a cineasta ganhou prêmios no Festival Sundance, no Festival de Berlim, troféu Grande Otelo no 15º Prêmio do Cinema Brasileiro e outros.

Música

Liniker

Considerada uma das maiores revelações da música brasileira atual, Liniker é sinônimo de representatividade. Mulher preta e trans, a cantora ainda é compositora, artista visual e atriz.

Entre suas principais faixas estão Baby 95, Psiu, Calmô, Intimidade e Sorte. A primeira coleciona mais de 24 milhões de plays no Spotify.

Ludmilla

Um dos principais nomes da música na atualidade, Ludmilla começou no funk com grandes sucessos, como Hoje, Favela Chegou, Onda Diferente e Din Din Din. Mas foi no pagode que a cantora brilhou: dona dos álbuns Numanice, a artista de Duque de Caxias, no Rio, tem mais de 19 milhões de ouvintes no Spotify.

Maria Rita

Maria Rita é dona de oito Grammys Latinos e é considerada a maior representante da música brasileira de sua geração. Com mais de 17 anos de carreira, a artista teve músicas emplacadas em cerca de 20 novelas e filmes, dividiu palco com nomes como Andrea Boccelli, Gilberto Gil e mais.

Anitta

Da Furacão 2000 para o mundo! Anitta estourou no mundo da música com Show das Poderosas, em 2013, e não parou por aí. Não Para, Menina Má, No Meu Talento, Deixa Ele Sofrer, Bang e Essa Mina é Louca tomaram conta dos streams.

Visionária, Anitta começou a gravar com cantores internacionais, visando vencer a barreira. E conseguiu! Além de músicas em diversos idiomas, a artista chegou a participar do programa The Tonight Show, de Jimmy Fallon, um dos talk shows com maior audiência nos Estados Unidos.

Alcione

A primeira loba do Brasil! Alcione, a nossa Marrom, já cantou em mais de 30 países e coleciona três compactos, 21 LPs, 19 CDs e nove DVDs. A cantora Fundou o emblemático Clube do Samba ao lado de grandes nomes como Dona Ivone Lara, Martinho da Vila e Clara Nunes.

As músicas de sucesso são incontáveis: Não Deixe o Samba Morrer, A Loba, Meu Ébano, Mulher Ideal, Gostoso Veneno e por aí vai. Os prêmios também não são poucos: Alcione recebeu 25 discos de ouro e sete de platina.

Televisão

Bruna Mascarenhas

Bruna Mascarenhas ganhou notoriedade em Sintonia, série nacional da Netflix. Vivendo a beata Ritinha, a atriz ganhou o mundo com o sucesso da produção, que aborda a desigualdade social, o sucesso do funk e mais na trama.

Naruna Costa

Atriz, cantora e diretora, Naruna Costa se firma no mundo artístico brasileiro graças ao impacto político e estético de seus trabalhos em teatro, televisão, cinema e música. Ela ganhou destaque quando uma das cenas de Hospital da Gente, intitulada Da Paz, viralizou nas redes sociais.

Colecionando premiações, Naruna esteve em Irmandade, série da Netflix produzida em 2019, como a protagonista Cristina, advogada coagida pela polícia a se tornar informante dentro de um grupo criminoso.