Investigação e fuga de proprietário: o que se sabe sobre naufrágio de jangada na Ponta Verde

Embarcação que levava 12 passageiros a um passeio noturno naufragou na noite dessa quinta-feira (26)

Por Gabriel Amorim* |

A Polícia Civil começou a investigar o naufrágio de uma jangada no mar da Ponta Verde, em Maceió, ocorrido na noite dessa quinta-feira (26). Segundo a Marinha, os 12 turistas que estavam na embarcação foram resgatados com vida.

Confira, abaixo, o que se sabe sobre o caso:

1. Passeio noturno e naufrágio;

2. Quem estava no barco?;

3. Denúncias de irregularidades;

4. Investigação da Polícia Civil;

5. Marinha vai abrir inquérito.

1. Passeio noturno e naufrágio

Os passageiros embarcaram na embarcação "Pitel, do tipo jangada, para fazer o passeio conhecido como “Banho de Lua”, que leva as pessoas a uma visita às piscinas naturais nas praias de Ponta Verde e Pajuçara.

O percurso, que observa as espécies de peixes e contempla a orla de Maceió, costuma ser feito por turistas que visitam a capital alagoana.

A volta da embarcação, no entanto, foi conturbada. Segundo relato dos passageiros, a jangada começou a balançar muito no retorno à encosta e acabou virando no mar, a 500 metros da faixa de areia.

2. Quem estava no barco?

Ao todo, 12 pessoas da mesma família estavam a bordo da jangada. Até a finalização desta reportagem, os nomes não foram divulgados pelas autoridades.

Segundo a Marinha, os passageiros foram resgatados com vida por outras embarcações que estavam próximas ao local.

Uma mulher de 25 anos bateu a cabeça e se afogou no momento em que a jangada virou. Ela foi atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada a um hospital. O estado de saúde não foi divulgado.

Reprodução

3. Denúncias de irregularidades

  • O marinheiro Davi França, que trabalha regularizado fazendo os passeios de jangada na orla da Ponta Verde, disse que o dono da embarcação seria um pescador não-habilitado a levar passageiros. De acordo com a delegada Luci Mônica, o proprietário fugiu após o naufrágio.

    — Inclusive, a gente chamou atenção desse rapaz para que ele não viesse trabalhar aqui no nosso grupo, porque todos nós somos habilitados, temos curso. A gente fez várias denúncias à Marinha para proibir esse pessoal de fazer esse tipo de passeio com passageiros. (Davi França, em entrevista à TV Pajuçara)

  • Ainda segundo França, a embarcação teria saído da Barra de São Miguel e não tinha material salvatário.

    — A gente já tinha avisado a Marinha por conta que a embarcação não tinha material salvatário, boia circular”, falou o marinheiro, que acrescentou. "A embarcação não tinha o colete de categoria classe 3, possuía coletes de Jet Ski, que não é permitido pela Marinha para fazer esse tipo de situação de passeio. (Davi França, em entrevista à TV Pajuçara)

4. Investigação da Polícia Civil

A Polícia Civil já investiga as circunstâncias do naufrágio da jangada. A responsável é a delegada Luci Mônica, do 2º Distrito da Capital (2º DP).

A delegada informou que irá ouvir os depoimentos dos naufrágos, incluindo a mulher que precisou ser socorrida a um hospital.

Os jangadeiros que atuam naquela área também irão prestar depoimento.

5. Marinha vai abrir inquérito

A Marinha do Brasil informou que irá abrir um inquérito para apurar as causas do naufrágio da jangada “Pitel”.

Em nota, a Marinha informou que uma equipe da Inspeção Naval da Capitania dos Portos de Alagoas (CPAL) foi ao local para iniciar as diligências. A instituição disse, ainda, que não foi observada poluição hídrica.

Leia abaixo:

A Marinha do Brasil (MB) informa que tomou conhecimento, nesta quinta-feira (26 de dezembro), do naufrágio da embarcação “PITEL”, do tipo jangada, na Praia da Ponta Verde, em Maceió (AL).

De imediato, uma equipe de Inspeção Naval da Capitania dos Portos de Alagoas (CPAL) foi enviada para o local para iniciar as diligências e prestar o apoio necessário. Ao chegar no ponto do acidente, foi verificado que a embarcação se encontrava naufragada, a 500m da praia, aproximadamente.

Os náufragos foram resgatados por embarcações que estavam próximas ao local. Não foi observado poluição hídrica.

Um Inquérito será instaurado para apurar as causas e as circunstâncias do naufrágio.

*Estagiário sob supervisão