
Após 33 anos do impeachment, o ex-presidente Fernando Collor foi preso na madrugada desta sexta-feira (25), em Maceió, depois de uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relacionada a uma condenação por corrupção.
Na decisão, Moraes rejeitou o segundo recurso da defesa ao considerá-lo protelatório. A condenação, que soma 8 anos e 10 meses de reclusão, é resultado de investigações derivadas da operação Lava Jato.
No momento, ele encontra-se custodiado em uma sala especial na Superintendência da Polícia Federal no bairro do Jaraguá, na capital alagoana.

Julgamento
Ainda hoje, o Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir se mantém o cumprimento imediato da prisão do ex-presidente da República. O julgamento, em plenário virtual, começa a partir das 11h.
A condenação
Em 2023, o ex-presidente Fernando Collor foi condenado a oito anos e dez meses de prisão por corrupção. De acordo com a acusação, ele teria recebido R$ 20 milhões em propina entre 2010 e 2014. O valor teria sido pago pela empreiteira UTC Engenharia em troca de apoio político, então exercido por Collor no cargo de senador, para facilitar obras e nomeações de diretores em uma subsidiária da Petrobras.
A denúncia teve origem na Operação Lava Jato e foi baseada na delação premiada de Ricardo Pessoa, ex-presidente da UTC.
Divergência
Durante um julgamento realizado no ano passado, o Supremo Tribunal Federal decidiu que todos os ministros participariam da definição da pena a ser aplicada, inclusive aqueles que haviam sido votos vencidos no mérito da ação. Houve divergência quanto à dosimetria da pena pelo crime de corrupção passiva.
Prevaleceu a proposta do ministro Alexandre de Moraes, que sugeriu uma pena de 4 anos e 4 meses de reclusão. Essa proposta foi considerada um “voto médio”, recurso utilizado pelo STF para construir um consenso quando não há maioria clara. Outras sugestões variavam entre 4 anos e 5 anos e 9 meses de prisão.
Recurso da defesa
A defesa de Fernando Collor apresentou embargos de declaração contra a decisão do Supremo, alegando omissões e contradições no julgamento. No recurso, também solicitou a rejeição da ação penal por falta de provas.
Os advogados argumentaram que houve erro na contagem dos votos relacionados à dosimetria da pena por corrupção passiva e defenderam a aplicação de uma pena menor. Segundo a defesa, isso poderia levar à prescrição do crime, o que livraria Collor da punição.
O recurso foi rejeitado por 6 votos a 4.
DEFESA
-
Em nota, a defesa de Collor informou que a prisão aconteceu às 4h, quando ele se deslocava para Brasília "para cumprimento espontâneo da decisão do ministro Alexandre de Moraes".
-
“A defesa da ex-presidente da República Fernando Collor de Mello confirma sua prisão hoje, 25 de abril, em Maceió, às 4 horas da manhã, quando estava se deslocando para Brasília para cumprimento espontâneo da decisão do Ministro Alexandre de Moraes. O ex-presidente Fernando Collor de Mello encontra-se custodiado, no momento, na Superintendência da Polícia Federal na capital alagoana. São estas as informações que temos até o momento”.