Retornando para seleção brasileira após nove meses, Marta participou da coletiva nesta quinta-feira após o último treino da equipe, realizado na Neo Química Arena. A camisa 10 falou sobre sua convocação, projetou a Copa do Mundo de 2027, que será disputada no Brasil, e opinou sobre o treinador Arthur Elias.

Mesmo com pedidos para não se aposentar, a jogadora brasileira deixou aberta a sua presença na próxima edição da Copa do Mundo Feminina. Essa será a primeira vez que o torneio será disputado no país.

- Como brasileira, desde o primeiro momento que escolheram o Brasil para sediar a Copa, sempre pensamos em jogar. Mas quero viver um dia de cada vez, o meu pensamento não vai mudar pelo Mundial ser aqui.

- Quero usufruir dessa reta final da melhor maneira possível, mas não quero me cobrar tanto, como sempre foi na minha vida. Estou me preparando para cada jogo. Acho que o Arthur está fazendo da maneira correta, chamando quem está melhor. Não adianta chegar e falar que vou jogar a Copa, precisa ver o dia a dia – disse Marta.

Desde sua última partida pelo Brasil, disputada nos Jogos Olímpicos de Paris, quando ficou com a medalha de prata, Marta retornou e deu de cara com mudanças na Seleção e com o amadurecimento da mentalidade vencedora da equipe.

Ao longo de sua carreira, a camisa 10 precisou ser a referência de muitos jogos e, em certos momentos, carregar o peso de resolver ou, até mesmo, o peso de falar sobre a falta de investimento.

- Estou sentindo uma coisa mais leve. Muitas atletas se destacam, não é um ou duas. Estamos dando voz para as meninas, não sou só eu que tenho respostas, que me destaco. Isso é importante, mostra a evolução do nosso futebol.

Marta como exemplo

Mais experiente na equipe, Marta lida com jogadoras de todas as idades na seleção brasileira. Algumas dessas meninas estiveram do lado da torcida quando a camisa 10 já era referência.

Um dos grandes exemplos é Dudinha, do São Paulo, que é um dos destaques do time e do Campeonato Brasileiro. A jogadora está com Marta nesta convocação e está sendo observada.

- É gostoso estar com elas, não tem diferença por eu já ter vivido coisas na Seleção. Já vi a Dudinha jogando, estou impressionada. Ela é ousada, consegue se sobressair. É um nome para ficar de olho, porque é um talento do Brasil – disse Marta.

Mudanças na Seleção

A camisa 10 esteve presente em momentos com a ex-treinadora do Brasil, Pia Sundhage, e agora trabalha diretamente com Arthur Elias, treinadores com formações e estilos diferentes.

- Toda mudança feita, sempre penso ser para o bem da equipe. Achei positiva a chegada do Arthur. A maneira como jogávamos com a Pia era bem diferente do que ele aplica, era um sistema mais conservador que, de certa forma, não conseguia extrair o melhor de nós.

- Hoje, jogamos com mais liberdade. Tínhamos perdido o um pouco do nosso estilo de jogo. Nossa habilidade é ir para cima, ser ousada, mantendo a disciplina. Temos mais equilíbrio – disse.

Marta valorizou o retorno do que chamou de "estilo brasileiro" para Seleção com Arthur Elias e ressaltou os pontos que vê o time melhor.

- A equipe sabe se defender muito bem e, quando está com a bola, tem que ser do nosso jeito, no nosso estilo brasileiro. Temos que partir para cima, ter ousadia. Temos jogadas ensaiadas, sabemos o posicionamento, mas temos que colocar em prática o nosso melhor. Valorizar o individual também – finalizou a jogadora.

Brasil x Japão

A última partida de Marta na Neo Química Arena foi em novembro de 2023, em um amistoso justamente contra o Japão. Naquele jogo, a Seleção saiu com a vitória por 4 a 3.

Vestindo a camisa da Seleção, a 10 do Brasil conta que já esteve no Japão.

- É um país lindo e com uma cultura maravilhosa, as pessoas são super educadas. Fico feliz de ser exemplo para as jogadoras, espero que continuem buscando o objetivo delas.

- Amanhã é Brasil, tá bom? – deixou o recado.

A seleção brasileira jogará contra o Japão nesta sexta na Neo Química Arena, às 21h30, e na próxima segunda-feira, em Bragança Paulista, às 20h.