Após polêmica, Prefeitura de Caruaru paga cachê a Wesley Safadão por show no São João
O polêmico cachê para uma apresentação do cantor Wesley Safadão no São João de Caruaru, em 25 de junho (sábado), foi pago nesta sexta-feira. "A Fundação de Cultura de Caruaru informa que pagou o cachê do cantor Wesley Safadão nesta sexta-feira, 01 de julho. A liquidação do contrato foi efetuada com recursos recebidos dos patrocinadores do São João 2016", diz o comunicado oficial enviado para a imprensa.
O valor do cachê, R$ 575 mil, o maior entre os artistas contratados para a festa, gerou críticas nas redes sociais. Uma ação popular impetrada pelos advogados Angelo Dimitre Bezerra da Silva, Ewerton Bezerra da Silva e Marcelo Augusto Rodrigues da Silva na terça-feira anterior à festa exigiu o cancelamento da apresentação e foi acatada pelo juiz José Fernando Santos de Souza, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Caruaru na manhã do dia seguinte.
Com base em publicações na internet, os advogados comparavam a remuneração paga pela prefeitura caruaruense a um cachê, de R$ 195 mil, a ser bancado pela Prefeitura de Campina Grande por uma apresentação do artista no mesmo dia. Mas nem o contrato com o município paraibano havia sido celebrado nem a data do show era a mesma - Safadão estava escalado para cantar no Parque do Povo no dia 1º de julho.
A prefeitura do município no Agreste pernambucano recorreu, e o show foi autorizado porque o Tribunal de Justiça julgou frágeis as informações sobre o cachê do show em Campina Grande e considerou possível a hipótese da defesa de os patrocinadores serem a fonte do dinheiro para quitar o valor - e não os cofres públicos. Na noite da apresentação, o Pátio de Eventos Luiz Gonzaga atingiu a capacidade máxima (100 mil pessoas) e chegou a ser fechado, por motivos de segurança, segundo a gestão municipal. Algumas pessoas tentaram invadir o espaço através das entradas destinadas aos artistas e à equipe de produção.
Wesley Safadão comentou a celeuma no palco, recordou a primeira apresentação realizada em Caruaru, para uma plateia de apenas 200 pessoas, e prometeu doar o cachê, integralmente, a instituições filantrópicas da cidade. "De todo o meu cachê, eu não vou pegar um centavo. Sabe por quê? Porque música é isso, eu amo o que eu faço. Deus já me abençoou demais. Tá? E todo o meu cachê vai ser revertido para as instituições de caridade aqui de Caruaru. A gente provou o que tinha que provar. É dinheiro, né? Então tá. Eu vou receber o meu cachê? Vou. Mas vai ser todo doado. E eu fiz questão de falar isso em público", garantiu.