Comportamento

Pais de primeira viagem contam suas experiências em meio à pandemia

Data é comemorada neste domingo (08)

Por Pedro Vasconcelos* 08/08/2021 08h08 - Atualizado em 09/08/2021 16h04
Pais de primeira viagem contam suas experiências em meio à pandemia
Pais de primeira viagem contam suas experiências em meio à pandemia - Foto: Cortesia

Neste domingo (08), é comemorado o Dia dos Pais, uma celebração que começou no Brasil no início dos anos 1950, como forma de concurso para homenagear três tipos de pais: com maior número de filhos, o mais jovem e o mais velho. Em 2021, os tempos mudaram e as ameaças da pandemia de coronavírus foram capazes de causar insegurança geral sobre o futuro, incluindo aos pais que comemoraram a data poucas vezes, ou até os que o estão fazendo pela primeira vez hoje: os pais de primeira viagem.

Rafael Bezerra é pai de primeira viagem de Jonas, nascido em 17 de junho de 2020. Quando descobriu que seria pai, o país ainda não estava em quarentena, em janeiro do ano passado. No entanto, a gravidez de sua esposa, Joanny, não foi fácil.

Rafael e seu filho, Jonas. Foto: Cortesia

“Devido à pandemia e por conta dos casos de covid, fizemos o pré-natal de forma precária, pois tivemos que trocar de obstetra e remarcar datas de consultas várias vezes”, disse.

Como confessou Rafael, a pressão de sua esposa subia dia sim, dia não. “Ao completar 30 semanas, Joanny deu entrada na emergência. Na madrugada, sua pressão arterial chegou a 23/14. Os remédios já não faziam efeito, ela estava com pré-eclâmpsia grave, Jonas estava em sofrimento fetal e, de imediato, foi feito um parto de urgência”, contou.

Naquela noite, segundo ele, o parto foi uma surpresa. O médico decidiu pelo parto prematuro pela própria saúde da esposa de Rafael. “Joanny ficou 12 dias internada por conta da pressão e Jonas passou 68 dias na UTI Neonatal; e eu ali com eles a todo o momento”.

Rafael só veio pegar Jonas nos braços pela primeira vez 35 dias depois, mas confessou que só sentiu que tinha o filho só para ele após a alta.

“Ser pai de primeira viagem, ainda mais de um prematuro, nascido em meio a toda essa confusão tem sido de um grande aprendizado e amadurecimento. A alegria que sinto hoje em ver meu filho crescendo e evoluindo é a certeza de que fui abençoado por Deus”, confessou Rafael.

Outro caso de pai de primeira viagem é Antônio Neto, pai de Lara. A felicidade foi a primeira reação, tanto dele quanto da esposa, ao saber da gravidez, pouco depois do carnaval de 2020, quando a pandemia explodiu. Ainda assim, ele se disse preocupado por conta da doença.

Lara brincando com o pai. Foto: Cortesia


Assim como aconteceu com Rafael, o início do processo com os médicos em meio à pandemia foi complicado. “A gente não conseguiu marcar nenhum médico nessa data por conta do receio que se se criou frente à pandemia”, contou. “Até os obstetras e médicos que lidam com isso se afastaram. Restringiam o atendimento e como nós éramos pai e mãe de primeira viagem, não tínhamos muita referência. Os médicos do plano que a gente tinha não estavam aderindo novos pacientes”.

Antônio e a esposa, Larissa, tiveram que procurar por médicos particulares. Por outro lado, a gestação foi tranquila e nenhum dos dois teve covid-19. Segundo ele, o problema da distância da família foi resolvido com as redes sociais, como FaceTime e WhatsApp.

Lara nasceu em 07 de novembro do ano passado, e em nenhum momento Antônio teve medo de ser pai. “Acho que sempre quis ser pai. Era um sonho que eu tinha. O maior medo foi a pandemia: de causar algum mal para minha esposa, ou para minha filha. Mas no tratamento de pai, eu tinha certeza que ia me doar para ajudar, me doar para educar, para cuidar. Acho que nunca tive medo dessa responsabilidade”.

Quando perguntado sobre o sentimento de ser pai de primeira viagem, Antônio respondeu: “Ser pai pela primeira vez é emocionante, algo indescritível. Eu lembro muito de frases que me diziam do tipo: ‘Quando você for pai, você vai amar tanto e que não vai saber nem como explicar’. É um amor realmente incondicional, não tem como medir isso. É uma experiência gratificante”.