'Cultura da corrupção', descreve especialista sobre a situação do Brasil
O Dia Internacional Contra a Corrupção é celebrado na próxima quinta-feira (9)
O Dia Internacional Contra a Corrupção é celebrado no dia 9 de dezembro, que cairá, neste ano, na próxima quinta-feira. Para comentar sobre esse tópico tão importante, o Na Mira da Notícia recebeu o coordenador da Comissão Executiva do Fórum de Combate à Corrupção do Estado de Alagoas, Nelton Martins.
É necessário ressaltar que o combate à corrupção não é um fim em si, mas é uma luta para coibir mecanismos que aprofundam as desigualdades e reforçam os privilégios. Tem como propósito fortalecer um sistema necessário para termos uma sociedade mais justa e sustentável. E, a gravidade da corrupção se justifica pelo fato de seus impactos interferirem, na maioria das vezes, de forma simultânea em pelo menos duas de quatro dimensões fundamentais: social, ambiental, política e econômica. Outrora, em casos mais extremos, em todas elas.
Durante a pandemia surgiram diversas acusações de corrupção com o dinheiro que seria destinado à obtenção dos recursos necessários no combate à Covid-19. Nelton Martins descreve essa prática como uma "cultura".
"Até mesmo no exterior, nos Estados Unidos, por exemplo, durante a Guerra Fria, a corrupção era algo, não só tolerado, como, às vezes, incentivado por alguns governos; o governo da Alemanha durante algum tempo também [compactuava com isso]. Eles concediam descontos tributários para os gastos, que eram feitos em países estrangeiros, para subornar agentes públicos à fim de que seus produtos e serviços fossem bem aceitos", pontua.
A corrupção é algo que não se muda da noite para o dia. Para Martins, é necessário que haja "um esforço da sociedade, de pessoas bem intencionadas e que realmente queiram que isso seja combatido e mudado".
Segundo o convidado, atualmente "há um avanço em relação aos governos interiores".
A data é importante para que esse seja um ponto lembrado e debatido para que, futuramente, haja mudanças.
Nelton Martins destaca uma das maiores operações anti corrupção realizada no Brasil dizendo ter sido "um bom aprendizado". Para ele, "esquecendo a questão política, a Lava-Jato teve um sucesso inédito no país".
A Controladoria-Geral da União (CGU) só têm a competência de fiscalizar os recursos públicos federais. Para que as fiscalizações ocorram nos municípios, é necessário a ajuda de órgãos locais, como o Ministério Público de Alagoas (MP-AL) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE-AL). As auditorias da CGU também fiscaliza municípios, mas a seleção dos locais que serão fiscalizados são baseadas alternando entre sorteios e critérios como materiais de denúncias e volumes repassados.
A população também pode contribuir através de um sistema chamado Fala BR, onde manifestações direcionadas ao governo podem serem enviadas. As denúncias podem ser tanto anônimas, como identificadas.
* Com informações do Ethos