No último mês de abril em Maceió, o botijão de gás foi responsável por comprometer 8,92% do atual salário mínimo, que é de R$ 1.212. A estimativa, feita pelo portal 7Segundos, tomou como base o valor médio do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), que foi de R$ 108,23 no mês passado.

A pesquisa foi feita em 44 pontos de venda pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que apontou que os preços variavam de R$ 94 a R$ 115, neste período analisado. A quantia paga em média pelos maceioenses foi mais que o dobro do valor pago por meio do Vale-Gás em abril, que foi de R$ 51.

Em teoria, o programa do Governo Federal deveria cobrir 50% do preço médio do gás de cozinha para as famílias de baixa renda, tomando como base o cálculo feito pela ANP. Entretanto, no mês em questão, o benefício cobriu 47,1% do valor.

À CNN Brasil, o economista da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP), Joelson Sampaio, explicou que a alta tem sido muito influenciada pelo cenário econômico fora do Brasil.

“Isso é explicado, principalmente, por conta do aumento do preço das commodities. Os preços internacionais subiram e a gente segue o mercado internacional. Inclusive, uma parte do gás de cozinha que a gente utiliza no Brasil é importado. Assim, a gente acaba tendo esses reflexos no aumento de preços do GLP”, afirmou.

Salário mínimo necessário

Por outro lado, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) apontou que o salário mínimo necessário para o mês de abril era de R$ 6.754,33. Neste caso, o preço médio do GLP teria comprometido apenas 1,6% da renda mensal do proletariado da capital alagoana.