Política

Defesa de Bolsonaro diz ao TSE que minuta achada na casa de Torres é apócrifa e deve ser desconsiderada

Proposta de decreto encontrada na residência do ex-ministro previa manobras que poderiam alterar o resultado da eleição presidencial de 2022

Por 7Segundos com CNN Brasil 19/01/2023 19h07
Defesa de Bolsonaro diz ao TSE que minuta achada na casa de Torres é apócrifa e deve ser desconsiderada
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública - Foto: Isaac Amorim/MJSP

Em defesa apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a equipe de advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirma que a minuta de um decreto sobre a eleição presidencial de 2022 encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres é apócrifa e, por esse motivo, deve ser desconsiderada.

De acordo com a defesa, o material “não foi publicado ou publicizado, a não ser pelos órgãos de investigação” e que “não se tem notícia de qualquer providência de transposição do mundo do rascunho de papel para o da realidade fenomênica, ou seja, nunca extravasou o plano da cogitação”.

Clique aqui para ler a íntegra da minuta do decreto encontrada pela Polícia Federal na casa de Torres.

Relembre o caso
No dia 10 de janeiro, durante uma operação de busca e apreensão na casa do ex-ministro, a PF encontrou a proposta de decreto para que o então presidente Jair Bolsonaro instaurasse um estado de defesa no TSE após ter perdido a eleição para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O estado de defesa está previsto no artigo 136 da Constituição. O mecanismo permite que o presidente intervenha em “locais restritos e determinados” para “reservar ou prontamente restabelecer a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza”.

A minuta do decreto previa ainda a formação de uma comissão integrada por Bolsonaro e por integrantes do Ministério da Defesa para fiscalizar o TSE.

Material seria descartado, disse o ex-ministro

Preso desde o último sábado (14), Anderson Torres utilizou suas redes sociais no mesmo dia em que o material foi encontrado pela PF para se defender.

Segundo ele, o documento seria descartado e foi “vazado fora de contexto.” “No cargo de Ministro da Justiça, nos deparamos com audiências, sugestões e propostas dos mais diversos tipos. Cabe a quem ocupa tal posição, o discernimento de entender o que efetivamente contribui para o Brasil”, disse na postagem.