Cidadania

MPAL participa de evento com pessoas negras em situação de rua na luta por respeito e inclusão

A ação foi acompanhado pelo integrante da direção da Escola Nacional de Defensoria Pública da União (DPU), Edson Marx, que elogiou o trabalho.

Por 7segundos com assessoria 13/05/2025 19h07
MPAL participa de evento com pessoas negras em situação de rua na luta por respeito e inclusão
A ação foi acompanhado pelo integrante da direção da Escola Nacional de Defensoria Pública da União (DPU), Edson Marx, que elogiou o trabalho. - Foto: Ascom

O 13 de maio se repete para milhares de brasileiros negros em situação de rua, vítimas da extrema vulnerabilidade desenhada pela falta de políticas públicas que as distanciam cada vez mais dos direitos, em contrapartida aproxima da violência. Pensando em acolhimento, na garantia dos direitos fundamentais e na dignidade da pessoa humana, o Ministério Público de Alagoas (MPAL), por meio da Promotoria de Justiça de Direitos Humanos, uniu-se à Defensoria Pública Estadual (DPEAL) e participou, na manhã desta terça-feira (13), na orla da Jatiúca, em Maceió, do evento “O Rastro do Racismo: Minha Casa é a Rua”, promovido pelo Instituto Raízes de Áfricas, em parceria com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Maceió.

A promotora de Justiça de Direitos Humanos, Alexandra Beurlen, foca sua fala na resistência da desigualdade e na inclusão das pessoas negras em situação de rua.

“O evento de hoje diz respeito à percepção da visibilidade ao fato de que a rua tem cor, a rua é preta, porque a maioria das pessoas em situação de rua é preta. Isso tem toda relação com uma discussão sobre as desigualdades de uma forma geral e a desigualdade racial. Não há nenhuma chance de você fazer uma reconstrução de vida sem inclusão social e sem inclusão racial, esse gesto simbólico de estar à mesa com algumas pessoas em situação de rua para uma conversa, uma discussão mais próxima, diferente do que fazemos diariamente, sobre sonhos, desejos, liberdade de alma, tem um valor mais profundo”, destaca a promotora.

Para o defensor público estadual, Isaac Souto, o momento serviu para refletir e discutir sobre o racismo contemporâneo.

“A casa de muitas pessoas, a depender da cor, é a rua, e essa cor tem endereço, apesar de a rua ser um local amplo, mas a cor de quem está na rua, quem trabalha, acompanha e observa as pessoas em situação de rua, verifica que se trata de pessoas majoritariamente negras. Então, a Defensoria Pública tem atuado nessa contracorrente, nessa luta contra a maré em garantir os direitos e a defesa em todos os graus, em todos os âmbitos, especialmente indo ao encontro da população em situação de rua nos vários espaços de permanência, como as unidades de acolhimento, as praças, viadutos, centros pop’s para, pelo menos, amenizar e possibilitar o acesso a direitos, a garantias e também acompanhar e resguardar uma série de lutas contra diversas violações que a população em situação de rua sofre diariamente, em várias frentes, quando falamos de direitos fundamentais e constitucionais”, ressalta o defensor.

Arísia Barros, dirigente do Instituto Raízes de África, afirma que o evento em parceria com a Prefeitura de Maceió, o Ministério Público e a Defensoria Pública Estadual, busca respeito às pessoas negras em situação de rua.

“Buscamos com essa iniciativa criar um diálogo mais efetivo com as consequentes reações do racismo que não foi debelado em 1888 e tem herdeiros diretos que são os moradores em situação de rua. Quando pensamos que em 13 de maio os escravizados foram libertos, conseguimos alcançar que eles foram libertos mas continuaram aprisionados à exclusão social, porque foram jogados na rua sem estrutura. Sem casa, sem comida, sem renda, sem nada. Hoje é um dia nacional de luta contra o racismo, e de buscar políticas públicas eficazes e efetivas que agreguem as pessoas em situação de rua”, afirma.

A ação foi acompanhado pelo integrante da direção da Escola Nacional de Defensoria Pública da União (DPU), Edson Marx, que elogiou o trabalho.

“ A gente veio participar deste evento, 13 de maio, mais no sentido de prospectar para ver as condições de atendimento pela Associação de Rua e tentar trazer um mutirão para cá, por meio da parceria com a DPE, o que poderá ocorrer no segundo semestre, ou no ano que vem. Esse é um trabalho interessante, coordenado por esse grupo maravilhoso, e que faz esse trabalho muito importante aqui em Maceió, no estado como um todo”, declara.