Diário do Sertão
Após alunos fantasmas, agora, MPE caça funcionários fantasmas em Maravilha
Após o jornal Folha de S. Paulo, em outubro do ano passado, denunciar alunos fantasmas matriculados no programa federal da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em escolas municipais de Maravilha, no Sertão de Alagoas, agora é o Ministério Público Estadual (MPE), que iniciou investigações para esclarecer um novo escândalo de fantasmas no mesmo município.
A denúncia chegou ao ouvidor geral do MPE, o procurador Eduardo Tavares, que determinou que a promotoria de Maravilha, investigue no prazo de 30 dias, as denúncias que a prefeita Conceição de Albuquerque, irmã do deputado estadual Antônio Albuquerque, autorizou a contratação de várias pessoas, algumas moradoras de outros municípios, todas sendo remuneradas pela prefeitura, mas sem trabalhar.
As contratações, conforme as denúncias, vêm sendo feitas por intermédio do Instituto Gerir Social, com sede no bairro do Poço, em Maceió. O Instituto, conforme se intitula, é uma entidade privada, que visa o auxílio na gestão pública no âmbito da Educação, Cultura, Saúde, Meio Ambiente, Ação Social e Gestão Administrativa.
Os fantasmas estariam lotados nas secretarias de agricultura, administração, saúde e obras e alguns portadoras de outras atividades econômicas, sem compatibilidade com o exercício de funções nas secretarias onde foram lotadas.
Na relação em poder do MPE, contam radialistas, serventuários, empresários e aposentados contratados com salários de R$ 1.600 até R$ 8 mil reais.
O Ministério Público quer identificar cada um dos denunciados e esclarecer se todos foram indicados pelo marido da prefeita, o vice-prefeito Márcio Gomes, pelo candidato a prefeito, que é o ex-chefe de gabinete da prefeitura, Antônio Jorge Rodrigues (Republicanos), o Nino e o candidato a vice-prefeito, Carlos Luiz Martins Marques (Republicanos), o Luizinho.
A denúncia de funcionários fantasmas no município ganhou repercussão por meio das redes sociais, e chegou até o Ministério Público, por meio do procedimento de nº 11.2024.00001496-1.
Outro fato que intriga o MPE é a informação contida no Portal de Transparência do município, onde somente no mês de agosto deste ano a prefeitura de Maravilha pagou ao Instituto Gerir Social cerca de R$ 660 mil, totalizando neste ano um valor aproximado de R$ 4,5 milhões.
O que também tem chamado a atenção é que o mesmo Instituto é alvo de outras denúncias chegadas ao MP em relação a supostas irregularidades em seus contratos de convênios para fornecimento de mão de obra com prefeituras alagoanas.
Sobre as denúncias, o Portal 7 Segundos tentou ouvir a prefeita Conceição de Albuquerque, mas ela não atendeu as ligações e o município não tem nenhum órgão de comunicação oficial. Também foram procurados para responder aos questionamentos o candidato a prefeito Antônio Jorge e seu vice, Carlos Luiz Martins. Mas nenhum deles foi localizado. Maravilha. Ainda assim o Portal de notícias mantém o espaço garantido para a resposta destas denuncias.