Dados preliminares referentes ao Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que cerca de 48,4% dos alagoanos com 25 anos ou mais não possuem instrução, ou não concluíram o ensino fundamental. Os dados colocam Alagoas na segunda posição nacional em relação à baixa escolaridade, perdendo apenas para o Piauí, onde 49% da população adulta também não tem ou não completou os primeiros anos do ensino básico.

Apesar desse cenário, a comparação com censos anteriores aponta avanços em Alagoas. Em 2000, 74,7% dos alagoanos nessa faixa etária não tinham acesso à educação básica completa e em 2010, essa taxa caiu para 64%.

Destaca-se que do encerramento do Censo do IBGE até o começo deste ano (2025), muitas escolas foram construídas e várias prefeituras promoveram concursos na área da educação no Estado, afastando profissionais contratados, muitos sem aptidão acadêmica para o que estavam lecionando, o que favorecia para os números negativos. Porém, especialistas em educação fundamental e média e técnicos do Ministério da Educação, admitem que o espaço de tempo é muito curto para significativas mudanças, podendo em alguns municípios as mudanças positivas não chegarem a 1,5%. 

Os mesmos avaliados também citam que os resultados das notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e Enem são argumentos, na maioria das cidades, de marketing para administradores que mostram a média ou alta performance da educação na área urbana e omitem a realidade do despreparo nas escolas afastadas, as localizadas nos povoados, onde em muitas alunos do 6º ou 7º ano, por exemplo, em Alagoas, não conseguem contextualizar um texto de cinco linhas, desconhecem o que é verbo e adjetivo, não sabem divisão com dois algoritmos, não conseguem responder os nomes de cada capital do país e até desconhecem as figuras históricas da política e cultura do próprio Estado.

E no Sertão de Alagoas, baseado nos resultados do Censo, são revelados um alto índice de jovens com idade entre 18 aos 24 anos sem instrução ou com Ensino Médio incompleto.

No topo da lista está Santana do Ipanema, com 16.287 jovens nesta condição. Em segundo está São José da Tapera (11.472), seguido de Mata Grande (9.836); Pão de Açúcar (8.355); Olho D'Água das Flores (7.595); Água Branca (7.370); Piranhas (7.323); Inhapi (6.507) e Canapi (6.418).

Na mesma pesquisa também foi divulgada a relação dos municípios sertanejos onde jovens com 18 aos 24 anos concluíram o Ensino Fundamental ou estão com o Ensino Médio incompleto. Os números, também, não são animadores.

Em primeiro lugar está Delmiro Gouveia (5.916), seguido de Santana do Ipanema (4.211); São José da Tapera (3.257); Piranhas (2.616); Pão de Açúcar (2.423); Olho D'Água das Flores (2.256) e Água Branca (2.055).

Os dados completos podem ser acessados no link do IBGE  https://sidra.ibge.gov.br/tabe...