E o reajuste de 11% para os professores e demais servidores da educação de Canapi, no Sertão de Alagoas, continua sendo razão de muitas discussões.

Apesar do déficit salarial em torno de 18%, o reajuste foi concedido sem que houvesse nenhum dialogo entre os servidores e a prefeita de Canapi, Josélia Melo de Lima (PP), a "Josélia Irmã de Zé Hermes", referência ao irmão da gestora, o ex-prefeito "Zé Hermes".

Ignorando os apelos para conversar com os professores e os servidores da educação, a prefeita encaminhou o projeto para a Câmara de Vereadores, onde a Mesa Diretora, estrategicamente aproveitando-se do feriado de São João, terça-feira, dia 24, antecipou a sessão para o dia anterior, dia 23, transformando a Sessão Ordinária em Sessão Extraordinária, onde o presidente do Legislativo, Luciano Carnaúba (Podemos), eleito com apenas 892 votos, não permitiu o direito ao uso da tribuna e a fala dos vereadores da oposição.

Revoltados com a atitude da Mesa Diretora, servidores municipais que lotaram o plenário da Câmara, chamaram o ato de "censura". A favor dos servidores, os vereadores Davi de Vieira (MDB), eleito com 776 votos e Camila Paulino (PT), eleita com 312 votos, se uniram ao presidente do Sindicato dos Servidores Públicos (Sindscan), professore Uilo Paulino, que havia protocolado oficio na Câmara para ter direito a fala durante a votação do projeto de reajuste, mas, que diante da decisão do presidente da casa, também foi proibido de se manifestar dentro do Legislativo.

Desde que a gestora municipal anunciou o reajuste, Uilo Paulino tem elevado o tom afirmando que o valor de reajuste poderia ser maior, a ponto de zerar o déficit de 18% e ainda ter possibilidade de ao final do ano haver rateio das sobras dos Fundeb/2025, uma vez que, para esse ano, a estimativa do crescimento de receita é de R$ 11 milhões de reais em comparação ao ano passado.