Iran Silva

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Iran Silva

O ativismo que divide

31/03/2014 15h03

O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), para quem não sabe, é um órgão governamental que fez em uma pesquisa, DUAS PERGUNTAS:

1-“Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas?”.

2-“Se as mulheres soubessem se comportar haveria menos estupros?”.

Segundo Felipe Moura Brasil (2014) “Ninguém disse - e é sempre bom lembrar que 66,5% dos entrevistados eram… MULHERES! - que as mulheres “merecem” ser estupradas, muito menos que ‘deseja’ isso para elas, nem mesmo que elas são “culpadas” pelo estupro, e nem sequer que são “responsáveis” por ele, mas as ativistas já se aproveitaram da confusão para lançar na internet a campanha “Eu não mereço ser estuprada”, postando fotos nas quais seguram um cartaz com essa frase.".

Se for assim, como se explica uma pesquisa (...) "do Núcleo de Estudos da Violência da USP, 39,5% dos entrevistados acham que estupradores merecem pena de morte, 34,3% defendem prisão perpétua e 11,1% apoiam prisão com trabalhos forçados. Ou seja: a imensa maioria da população defende penas tão duras aos estupradores que elas sequer estão previstas no nosso Código Penal.”. (MOURA, 2014).

Claramente, temos uma distorção na sociedade. Pela pesquisa do IPEA, (Instituto de pesquisa ECONÔMICA, fazendo pesquisa comportamental [!]) mais da metade da população ‘culpa’ a mulher pelo estupro. Enquanto essa mesma sociedade, quer o máximo de pena para os estupradores (até pena capital). Algo está errado. (Na própria literatura policial, fica claro que nem bandido aceita estupro).

O que há é uma pesquisa com perguntas dúbias, e apresentação de resultado duvidoso e confuso, em que se vê claramente a intenção de vitimizar a mulher em uma 'sociedade machista', e que tem como símbolo maior a presidente da Republica, que precisa ser reeleita, pois se caso não for, seremos todos intolerantes com as mulheres, negando a elas o lugar na sociedade.

Nenhuma mulher merece e deve ser estuprada, nem as que andam ‘nuas’, nem as que andam de burca. (só para ir de um extremo ao outro). Nem precisam ser manipuladas por ninguém.

Ativismo em ação, e pouca gente se detêm nas entrelinhas da questão. Atém-se, tão somente, ao chavão da suposta campanha, que mais uma vez promove a dicotomia da sociedade, desta feita entre homens e mulheres. Assim como é com pretos x brancos, ricos x pobres, industrial x lavrador, índio x fazendeiro, hétero x gay... Em suma, somo uma sociedade dividida pelo ativismo desenfreado.

Essa é minha opinião.

“Hoje o que se semeia é o medo, a paz foi esquecida, o amor abandonado e a manipulação defendida!” Anderson Menger.

Sobre o blog

Aquariano, funcionário do Ministério da Saúde e universitário do curso de História da UNEAL. Natural de Arapiraca.

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