A desistência de um político, no exercício do mandato, em concorrer à reeleição é um fato tido como normal. O que separa um caso do outro são os motivos; ora políticos, ora de ordem pessoal e até por motivos de saúde.

Mas o fato que narro a seguir é diferente, por se tratar de uma parlamentar que tem a política na veia e que ama exercer o seu papel como legisladora, mas que está decidindo abrir mão de um novo mandato para se dedicar apenas à sua profissão de técnica de enfermagem.

A vereadora por Tanque D’Arca (AL), Cícera Porto, 38, (PMN), está em seu primeiro mandato, mas esta não é a sua primeira experiência política. Seu pai, Eraldo Suzano da Silva , foi vereador na cidade por quatro mandatos e seu esposo, João Paulo Cavalcante Farias, mais conhecido por “Paulo do Posto”, foi eleito duas vezes, mas não chegou a assumir o segundo mandato porque faleceu, dias após a reeleição, vítima de um acidente de trânsito.

Cícera foi eleita em 2012 com 190 votos, na composição entre o PMN, PMDB, PTN e PRTB, para uma das nove cadeiras da Câmara Municipal. No início deste ano, ela chegou a ser convidada para concorrer ao cargo de prefeita, mas foi categórica ao informar que não pretende disputar nenhum cargo nessas eleições.

“Continuo amando política, mas me decepcionei com a situação. Fui eleita para lutar e defender os interesses de uma população pobre e humilde. Amo minha terra e fico muito triste com a situação, pois quem sofrem é o povo”, disse a parlamentar que divide sua agenda diária entre os afazeres da política e o trabalho de socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192) em Arapiraca.

Mesmo afirmando que pretende se distanciar da política, a vereadora destaca que vai participar do pleito apoiando alguém que se preocupe com o bem-estar da população. “Como o cenário em Tanque D’Arca ainda está indefinido, estou observando os prováveis candidatos para ver quem irei apoiar”, disse Cícera Porto revelando que os setores da Educação e Saúde na cidade de Tanque D’Arca, que tem pouco mais de 6 mil habitantes, pedem socorro.