Claudemir Calixto
As causas e os efeitos do novo disco da banda britânica Keane
Disco está em pré-venda e estará disponível em lojas e plataformas digitais em 20 de setembro

É sobre fechar ciclos. Se você tem algum fantasma do passado e quer trancá-lo em alguma gaveta ou armario ou, até mesmo, levá-lo para uma caverna, não pisque os olhos até que o lançamento do novo disco do Keane aconteça. “Cause and effects” é o sexto disco da banda britânica.
Não. Aqui nós não vamos falar do que é previsível ou imprevisível. Nem etiqueter nada. Riggan Thomson, personagem de Michael Keaton, em "Birdman" disse para Tabitha, personagem de Lindsay Duncan: “O que tem que acontecer na vida de uma pessoa para acabar se tornando um crítico? (...) Você escreve alguns parágrafos sabe do quê? Nada disso custou nada a você, nada. Você não está ariscando nada (...)”.
O recorte do roteiro é baseado em Flaubert:
“Faz-se crítica quando não se pode fazer arte, como quem se torna delator quando não se pode ser soldado”.
O novo álbum nasceu da fossa de Tim Rice, que acabara de passar por um processo de separação, por isso as letras sugerem a necessidade de se reencontrar e fechar ciclos.
O som não muda em muita coisa, mas, me parece que há alguns arranjos que lembram o “Perfect Symmetry”, só que com uma força que o disco de 2007 não parece ter. Essa sensação é percebida no primeiro single lançado pela banda, “The Way I Feel”. Vale dá uma pausa na leitura para conferir:
Depois do lançamento de “Strangeland”, disco anterior, em 2012, os britânicos resolveram dar uma pausa por tempo indeterminado. O vocalista, Tom Chaplin, havia passado por várias internações por causa do seu vício com a cocaína.
Sem perpectivas de melhora do seu vocalista a banda fez um comunicado oficail: o Keane não ia mais voltar aos estúdio nem palcos. “Foi uma decisão muito difícil de ser tomada, mas acho que foi o melhor a ser feito. Naquele momento, eu sentia o peso do mundo sobre minhas costas. Eu não estava bem, precisava me tratar”, reconhece Tom.
O silêncio do “soft rock” do Keane só foi quebrado com o lançamento de “The Wave”, de Tom Chaplin, lançado em 2016. No ano seguinte ele lançou op seu segundo álbum solo: “Twelve Tales of Christmas” (2017).
Mas os ventos mudaram, Tom se recuperou e resolveu fazer uma visita ao amigo Tim Rice. O tecladista, que se recuperava de um matrimônio malsucedido e escrevia suas letras sem qualquer pressão de turnê ou necessidade de novos trabalhos, recebeu a visita do amigo vocalista e parceiro e o Keane resurgiu das cinzas.
Além de Tim e Tom, Richard Hughes (bateria) e Jesse Quin (baixo), integrantes da formação mais clássica do grupo, também se uniram à dupla. No início do mês o Keane publicou mais uma faixa que comporá o novo disco. Enquanto 20 de setembro continua a se eternizar, você pode aministrar algumas doses de “Love Too Much” para combater a ansiedade. É só dá o play, quando você quiser:
Links úteis:
https://www.keanemusic.com/music/
https://www.foxmovies.com/movies/birdman
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-216633/creditos/
https://www.u2.com/news/title/second-night-in-singapore
Sobre o blog
Comunicador, cronista, poeta e contista alagoano. Cofundador do coletivo artístico Projeto PAIOL. Graduando em Letras pela Universidade Federal de Alagoas.
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