Na manhã deste sábado (30), a capital do agreste reuniu mais uma prova de que o deputado Arthur Lira é a grande referência política do estado. E que esta liderança, mais do que acalentar o presidente Bolsonaro, já começa a despertar ciúmes em pessoas mais próximas ao mandatário nacional.

A ideia inicial de Arthur era trazer dois ministros do governo federal para uma cerimônia de entrega de cestas básicas. Obviamente, não era a entrega das cestas que estava no centro das atenções, mas a capacidade do consórcio Luciano-Arthur de criar um importante fato político, que repercutisse principalmente no palácio República dos Palmares.

Coincidência ou não, minutos depois da cerimônia em Arapiraca, o governador Renan Filho fez uma live em suas redes sociais, parabenizando o município pelos seus 97 anos e repetindo os mesmos benefícios que havia entregue dois dias antes em evento na cidade.

Lira lotou um pequeno espaço no Sesc com mais de um terço das prefeituras alagoanas. 37 prefeitos foram contemplados com as cestas entregues pelo deputado, que representava ali também os ministros faltosos ao evento. Após confirmação durante a semana, João Roma (Cidadania) foi estranhamente levado até o G20 pelo presidente. Já Damares sumiu do mapa, e não há explicação oficial da sua ausência até agora. Não há nenhum compromisso oficial em sua agenda na internet.

No palco, coube então a Arthur defender pessoalmente a agenda do presidente Bolsonaro. Criticou o monopólio da Petrobras no gás de cozinha, parabenizou o andamento da vacinação e chamou novamente o ICMS estadual de “patinho feio” do preço do combustível. Sobrou uma leve crítica até para o ex-prefeito Rogério Teófilo, falecido em 2020. Comemorando as obras nos bairros arapiraquenses, Arthur disse que as emendas de sua autoria estavam “perdidas” desde 2017.

Que 2022 reserva bons embates políticos – principalmente com as novas regras – não resta dúvidas. Resta responder a questão: com que tamanho Arthur sairá das urnas? Pelo evento de hoje, os prognósticos são excelentes.