Na última quarta-feira (10), o ex-ministro e ex-juiz Sérgio Moro desceu do muro, e num grande ato político realizado em Brasília, filiou-se ao Podemos. Apesar de não dizer em seu discurso a qual cargo irá se candidatar nas eleições do ano que vem, o ex-juiz foi anunciado no local como “nosso candidato a presidência da república”.

A entrada de Moro na sucessão presidencial balança o jogo político, já que ele pode se viabilizar como mais um nome da “terceira via”. O ex-juiz da Lava-Jato já aparece nas pesquisas em pé de igualdade com Ciro Gomes – que é candidato desde 2018 – e em patamar superior ao dos nomes do PSDB.

Moro também mexe com a sucessão nos estados, considerando que o Podemos, caso não tivesse candidato a presidente, poderia se articular livremente – o que fica mais difícil quando se tem um presidenciável na legenda.

Em Alagoas, por exemplo, a filiação de Moro foi comemorada de forma contida pelo atual presidente regional, Tacio Melo. “Com relação à coligação nas Eleições Majoritárias, iremos aguardar o posicionamento do Diretório Nacional”, afirmou.

O diretório alagoano do partido passa por uma situação peculiar. Tacio foi alçado à condição de presidente da sigla com intuito principal de eleger o ex-prefeito Rui Palmeira deputado federal. Com a debandada de Palmeira para o PSD, ninguém sabe ao certo qual será o futuro da legenda. Segundo Tacio, o partido participará do processo eleitoral com formação de chapa. “Com certeza faremos chapas proporcionais para Estadual e Federal, assim como fizemos nas eleições 2020”, ressaltou.